São Paulo, sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

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Crítica

"Madagascar 2" é mais do mesmo

Mesmo sem grandes novidades, seqüência chega em bom momento, mais forte que a concorrência

Divulgação
A girafa Melman, o hipopótamo Gloria, o leão Alex e a zebra Marty em cena de "Madagascar 2 - A Grande Escapada', que tem estréia hoje em circuito nacional

SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA

A primazia de abrir a temporada das animações de férias no Brasil mostra que "Madagascar 2 - A Grande Escapada" chega ao circuito mais ou menos como os seus personagens: confiante, mas um pouco deslocado em território que lhe deveria ser familiar, submetido a outras regras e competidores.
O primeiro longa-metragem da franquia, de 2005, estreou no início do verão nos Estados Unidos, período historicamente mais favorável para produções infanto-juvenis, e foi lançado no Brasil no final de junho, para beliscar as compactas férias escolares do meio de ano.
Apenas no mercado norte-americano, arrecadou expressivos US$ 193 milhões.
Desta vez, a divisão de animação da Dreamworks -o estúdio fundado por Steven Spielberg- reservou o longa "Kung Fu Panda" para o verão do hemisfério Norte e deixou "Madagascar 2" para o mês de novembro, em período de aulas. Placar nos EUA: "Panda", US$ 215 milhões; "Madagascar 2", US$ 160 milhões.
O relógio para o filme tende a ser mais favorável no Brasil justamente porque ele desembarca nos cinemas em pleno início das férias de verão, mais longas, e sem nenhum grande concorrente no horizonte.
As pré-estréias do último final de semana, com boa parte da platéia formada por adultos desacompanhados de crianças, sugerem que seu alcance irá muito além do público infantil.

Nova tentativa de fuga
No final do primeiro filme, o quarteto de animais saudosos do conforto proporcionado pelo zoológico do Central Park, em Nova York, dava adeus a seus amigos africanos e se preparava para o retorno. Mas, como informava outro quarteto, o dos engenhosos pingüins que tomavam sol na praia, não havia combustível no navio.
"A Grande Escapada" começa com um flashback sobre as origens do leão Alex. Daí pulamos para o presente: nova tentativa de fuga da África, com o uso do avião acidentado do primeiro filme, devidamente recauchutado pelos pingüins e com o lêmure africano Julien ao lado de Alex, da zebra Marty, do hipopótamo Gloria e da girafa Melman.
O vôo os deixa em uma reserva ainda em solo africano, onde Alex encontrará o seu passado, em trama sobre ritos de passagem e busca de identidade que lembra o apelo dramático de filmes da Disney.
Os demais personagens também se ocupam com uma nova série de aventuras, envolvendo outros animais (destaque para o exército de trabalhadores símios explorado pelos pingüins) e também humanos (e assim há espaço para o retorno da velhinha do primeiro filme).
Mais do mesmo, com uma ou outra surpresa. Onde estarão eles em "Madagascar 3", já previsto para 2011? Antes disso, ainda em 2010, a Dreamworks lança o quarto longa-metragem de seu filhote mais bem-sucedido, "Shrek".


MADAGASCAR 2 - A GRANDE ESCAPADA
Produção: EUA, 2008
Direção: Eric Darnell e Tom McGrath
Onde: estréia hoje nos cines TAM, Eldorado, Iguatemi Cinemark e circuito
Classificação: livre
Avaliação: regular



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