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comentário
Diretor torna público seu cúmplice
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL
Com "Rebobine, por Favor", Michel Gondry, 45, torna-se uma espécie de rei da
geração YouTube. Não é apenas uma declaração de amor
ao cinema que guia o filme.
"Rebobine" é, antes de qualquer coisa, uma ode ao fazer
cinema com os próprios recursos, no estilo "faça você
mesmo", ou seja, uma das bases do site de compartilhamento de vídeos.
Já nos anos 90, antes da
criação do YouTube (em
2005), Gondry despontou
como um dos principais diretores de videoclipes a quebrar o padrão dos tradicionais playbacks.
Nas cenas de "Rebobine"
que mostram como Jack
Black e Mos Def fazem suas
versões rudimentares de
blockbusters, ele reaproveita
idéias. O grande mérito de
Gondry é preferir o artesanal
aos dispendiosos efeitos de
Hollywood e agir como um
mágico que engana a percepção do espectador; a maioria
de seus truques é feito na
própria câmera.
O recurso que a dupla usa
para fazer "King Kong", por
exemplo, é apenas uma jogada de perspectiva forçada de
câmera, além de cenários,
que fazem Jack Black, próximo da câmera, parecer gigante, enquanto a mocinha
fica ao fundo, "diminuta".
Quando Black e Def xerocam
seus rostos e usam as cópias
como máscaras, repetem
idéia que está em "Let Forever Be" (clipe do Chemical
Brothers). Claro, não há nada de genial nessas técnicas.
O que torna Gondry um nome cult é sua habilidade em
misturar referências e, assim, ganhar a cumplicidade
do público com esse lado
quase infantil que possui.
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