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Última Moda
ALCINO LEITE NETO - ultima.moda@grupofolha.com.br
Casa de Criadores
entre dois pólos fashion
Looks de noite dividem espaço com streetwear nos melhores desfiles do evento
O streetwear e os looks de
noite bem exagerados fizeram
dupla forte na 24ª edição da Casa de Criadores, que terminou
na última quarta-feira, em São
Paulo e inaugurou a temporada
inverno-2009 de desfiles.
A polarização no line-up oficial fica cada vez mais evidente,
com grupos muito claros. Até
mesmo dentro do Projeto Lab,
que reúne os novatos da Casa,
essa divisão pode ser notada.
Do lado streetwear, os melhores momentos desta edição
ficaram por conta dos desfiles
das marcas Der Metropol e
ADD. Ambas são focadas no
guarda-roupa masculino.
A Der Metropol mandou
bem nos moletons, que apareceram em macacões inteiriços,
jaquetas e calças largas de cavalo baixo. A camisaria com estampas de rosas negras, bem
anos 90, também convenceu.
A ADD mostrou coleção inspirada no filme "Na Natureza
Selvagem", de Sean Penn. Cartela fresca, com azuis e verdes
lavados, muitos xadrezes, camisas de flanela e confortáveis
malhas estampadas.
São duas grifes com bom potencial de vendas, que fazem
roupa masculina descomplicada, com qualidade. Trata-se de
um núcleo interessante, que a
Casa deve cultivar.
Na porção festa, os destaques
foram Gustavo Silvestre e Rober Dognani- fora Walério
Araújo e seu desfile-show habitual, sempre muito divertido.
A coleção de inverno de Gustavo tem um pé nos exageros
ornamentais do final dos anos
70, que ele soube reinterpretar
com muita habilidade.
Os bordados, as fitas e linhas
aplicadas, o lurex, tudo muito,
mas sem passar da conta. A
evolução da verve artesanal de
Gustavo é clara e abre margem
para ousadias maiores.
Rober Dognani é uma espécie de costureiro à moda antiga
encarnado num corpo jovem.
Seu apreço pelo ultrafeminino,
do romântico ao sexy quase
agressivo (o que é muito diferente de vulgar) fica cada vez
mais evidente em suas coleções. Lamês, couro, drama.
Gustavo e Dognani são outro
núcleo que o evento deveria observar de perto, porque deve representar, em alguns anos, a renovação da moda noite-festa.
Um caso à parte é o trabalho,
em franca evolução, de João Pimenta, com sua adorável coleção de homens curvilíneos.
Camisaria em peças alongadas e transparentes, volumes
divertidos nos quadris, que iam
do absurdo conceitual ao suave,
usável. As calças curtas, os sapatos com fivela, tudo impecável. Poderia ser um desfile da
SPFW, da semana de moda de
Londres, a gosto do freguês.
E a boa surpresa foi o projeto
Ponto Zero, que escolheu um
novo participante da Casa de
Criadores em conjunto com faculdades de moda de São Paulo.
A vencedora, Karin Feller, da
Santa Marcelina, levou e mereceu. Mandou bem na malharia
texturizada e tem pegada própria. Ivano de Paula Silva, da
Belas Artes, também "representou" e ganhou a simpatia de
muitos fashionistas. Ponto para o time da Casa.
com Vivian Whiteman
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