Autor escreveu as peças "Blue Jeans" e "Uma Lição Longe Demais"

da Reportagem Local

O autor e diretor teatral Zeno Wilde, 50, morreu anteontem em São Paulo, às 9h15, de câncer. Ele estava internado no hospital Oswaldo Cruz. O velório e cremação, no cemitério de Vila Alpina, foram na quinta-feira.
Wilde descobriu que estava com câncer há cerca de dois anos, quando escrevia a telenovela "Mandacaru". Ele fez quimioterapia e se manteve atuante, no teatro, até cerca de um mês e meio antes de sua morte.
Seu texto mais recente, "Os Livros da Cândida Erêndira - Un Corpo en Via Crucis", adaptado de "A Incrível e Triste História de Cândida Erêndira e Sua Avó Desalmada" e outros textos de Gabriel Garcia Márquez, estava em ensaios, com as atrizes Estér Góes e Giulia Mendonça, única filha de Wilde.
O próprio autor dirigia o espetáculo, que agora deve definir um novo encenador para a estréia programada para março ou abril de 99.
O diretor Fauzi Arap, que encenou em 1986 um dos textos mais conhecidos de Zeno Wilde, "Uma Lição Longe Demais", acompanhou o dramaturgo nos últimos dias.
"Zeno era um trabalhador do teatro. Era um belo dramaturgo, que estudava muito. E o último espetáculo dele, "Pasolini', foi a sua melhor direção. Algumas peças devem permanecer. Outras devem ainda ser descobertas, como "Salve o Prazer', um musical sobre Assis Valente", disse Arap.
Nascido em Aquidauana, no Mato Grosso do Sul, Wilde fez sua estréia como autor em 77, no teatro Oficina, em São Paulo, com "A Diva do Barato".
Em 80 começou a carreira de seu maior sucesso de público, "Blue Jeans", cuja versão mais conhecida foi o musical de 92, dirigido por Wolf Maya.
Entre seus trabalhos mais recentes no teatro estão "Baal, o Mito da Carne", adaptação da peça de Bertolt Brecht, e "Pasolini, a Segunda Morte de Pedro e Paulo". (NS)



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