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CRÍTICA
"Buena onda" sim, este não
DA REDAÇÃO
Chegou a hora de também
vermos os filmes ruins da Argentina. É uma pena que, de uma
produção que tem recebido generosas acolhidas mundo afora
-vide a recepção de "El Abrazo
Partido", de Daniel Burman, nesta semana no Festival de Berlim-, os distribuidores brasileiros tenham resolvido, agora, selecionar justamente o joio em vez
do trigo.
"Apaixonados" é um novelão
comercial abarrotado de clichês.
Acompanhamos a saga de Uma
(Natalia Verbeke), uma aeromoça
que, desiludida no amor, resolve
ter um filho por conta própria.
Depois de consultar o tarô (isso
mesmo) ela decide que o doador
ideal do sêmen para fecundá-la é
justamente o namorado de sua
melhor amiga (dureza, não?).
Esta torce o nariz, mas acaba topando emprestar seu Nico, porque Uma lhe promete que ele não
terá sequer de encostar nela, pois
todo o "processo" será feito por
meio de um instrumento para
temperar peru (sim, o mau gosto
impera do começo ao fim).
As coisas não correm como o
planejado e Nico se vê dividido
entre a namorada, com quem se
casaria, e a mãe do seu filho. Apesar do tema "moderninho" da
maternidade independente, vigora um moralismo raso, e idéia da
paternidade convencional e responsável triunfa ao final.
Não faltam, reforçando a intenção de exportar o filme, imagens
turísticas dos glaciares argentinos
e de sítios famosos da capital portenha -não por acaso, uma das
protagonistas é dona de uma
agência de viagens, e Nico, um carismático guia de excursões.
É mesmo duro de engolir.
(SYLVIA COLOMBO)
Apaixonados Apasionados
Produção: Argentina/Espanha, 2002
Direção: Juan José Jusid
Com: Pablo Echarri e Natalia Verbeke
Quando: a partir de hoje nos cines
Cineclube DirecTV 2, Frei Caneca
Unibanco Arteplex 5, Lumière
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