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MÚSICA
POP
Sucesso na década de 80, Roland Orzabal e Curt Smith se reúnem para lançar "Everybody Loves a Happy Ending"
Tears for Fears seme ia volta após 9 anos
THIAGO NEY
DA REDAÇÃO
Uma das bandas que realmente
lideraram o mundo pop -como
diz mais ou menos um de seus sucessos-, o Tears for Fears está de
volta. Após nove anos separados,
Roland Orzabal e Curt Smith lançam em abril o sexto disco da dupla -pelo menos o sexto sob o
nome Tears for Fears.
Smith deixou a banda em 92,
após três álbuns (o primeiro,
"The Hurting", de 83, encaixou
três músicas no "top five" da parada britânica, entre elas "Pale
Shelter" e "Mad World"; "Songs
from the Big Chair", de 85, vendeu mais de cinco milhões de cópias só nos EUA, graças a hits como "Everybody Wants to Rule the
World", "Head Over Heels" e
"Shout"; "The Seeds of Love", puxado por "Sowing in the Seeds of
Love", veio em 89). Orzabal continuou sozinho e lançou dois discos
apenas medíocres.
Pois em abril a dupla coloca nas
lojas "Everybody Loves a Happy
Ending". Para falar sobre os anos
80 e a "volta à moda" do Tears for
Fears, Smith conversou com a Folha, por telefone, dos EUA.
Folha - É verdade que vocês se
reuniram apenas para gravar este
disco e depois vão se separar?
Curt Smith - Não, estamos curtindo a banda. Está prazeroso.
Folha - Por que voltar agora?
Smith - Achamos que era o momento. Nós não nos falávamos há
nove anos, era uma coisa estúpida, pois temos vários amigos e negócios em comum. Então quando
começamos a nos encontrar, gravar um álbum era natural.
Folha - Uma nova versão de "Mad
World" [do primeiro disco do TFF,
agora gravada por Gary Jules] chegou ao primeiro lugar na parada
britânica. O Tears for Fears está ficando na moda de novo?
Smith - Há três anos, quando
voltamos a nos encontrar, não sabíamos que Gary Jules iria gravar
uma música nossa e que seria a nš
1. Agora novas pessoas estão nos
conhecendo e comprando nossos
discos antigos. A esperança é que
elas ouçam também as novas músicas, porque eu não agüento mais
nossas coisas antigas!
Folha - Como você compara este
disco com os anteriores?
Smith - Se há um link com o passado, é a faixa "Sowing in the
Seeds of Love". Essa música não
ficaria fora de lugar neste novo
disco, que, entretanto, não é tão
similar aos outros que fizemos.
Folha - O primeiro álbum do TFF é
de 1983. A motivação de gravar
agora é a mesma de 21 anos atrás?
Smith - Naquela época, queríamos fazer um disco que fosse uma
declaração de intenções. Desta
vez, entramos no estúdio para saber se ainda conseguiríamos ser
criativos. Será que conseguiremos
ser tão bons quanto antes?
Folha - Você concorda com aqueles que dizem que os anos 80 devem ser esquecidos?
Smith - A maioria das coisas que
aconteceram nos 80 eu gostaria de
esquecer. Mas, até aí, eu queria esquecer a maioria das coisas que
aconteceram nos anos 60 e 70.
Talvez 80% das coisas lançadas
nos anos 80 sejam horríveis, mas
80% das coisas lançadas agora
também são horríveis!
Folha - Naquela época os críticos
nunca colocaram vocês no mesmo
nível de New Order ou Smiths. E o
TFF vendeu tantos ou mais álbuns
do que aquelas bandas...
Smith - Essas bandas que você
citou eram incrivelmente incensadas, estavam na moda... Nós
éramos dois intelectualóides vindos de Bath! Nunca nos achariam
cool. Nada suficientemente cool
saiu da minha pequena cidade.
Folha - Quais os pontos altos e
baixos do Tears for Fears?
Smith - Gosto de "The Hurting"
e "Songs from the Big Chair".
"The Seeds of Love" tem duas ou
três músicas boas, especialmente
"Sowing in the Seeds of Love". Essa é o mais próximo que chegamos de uma obra-prima.
EVERYBODY LOVES A HAPPY ENDING.
Artista: Tears for Fears. Lançamento:
BMG. Quanto: a definir (em abril).
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