São Paulo, domingo, 13 de fevereiro de 2005

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FILMES E TV PAGA

TV ABERTA

Idéia de moralidade dá corpo a "Perfume de Mulher"

K-9 - Um Policial Bom pra Cachorro 2
Globo, 13h05.
 
(K-911). EUA, 1999, 91 min. Direção: Charles T. Kanganis. Com James Belushi e Christine Tucci. O detetive Dooley e seu pastor alemão recebem o reforço de uma bela e de um doberman.

Não Olhe para Trás
Record, 20h15.
  
(Don't Look Behind You). EUA, 1999, 91 min. Direção: David Winning. Com Patrick Duffy, Paw Dawber. Ao descobrir que o patrão é um pulha, isto é, contrabandista de armas, traficante de narcóticos e tal, o sujeito que administra seu dinheiro opta por denunciá-lo ao FBI. E depois seja o que Deus quiser.

Silverado
Bandeirantes, 20h15.
   
(Silverado). EUA, 1985, 132 min. Direção: Lawrence Kasdan. Com Kevin Kline, Scott Glenn, Rosanna Arquette, Kevin Costner, Danny Glover, Brian Dennehy. No século passado, grupo de homens ruma para Silverado, a fim de combater um xerife corrupto, a serviço dos grandes proprietários. Faroeste clássico, pelo roteiro, rodado em um tempo de poucos faroestes. Filmado de maneira correta, mas sem grande paixão, com um elenco de primeira.

Batalha de Honra
SBT, 22h30.
  
(Twin Warriors). Hong Kong, 1994, 93 min. Direção: Yuen Woo Ping. Com Jet Li, Michele Yeoh, Chin Siu Ho. A invenção do tai chi, popular arte marcial, por Jun Bo (Li), em versão que não ficou famosa pelo respeito à verdade histórica, mas como filme de entretenimento.

A Cilada
Globo, 23h40.
 
(The Art of War). EUA/Canadá, 2000. 117 min. Direção: Christian Duguay. Com Wesley Snipes e Anne Archer. Um agente do FBI tem a missão de garantir a assinatura de um acordo comercial do governo chinês e proteger os envolvidos.

Ladrão de Corações
Bandeirantes, 0h30.
 
(Thief of Hearts). EUA, 1984, 96 min. Direção: Douglas Day Stewart. Com Steven Bauer, Barbara Williams. Após roubar a casa de uma mulher e seu diário, ladrão decide também roubar o coração de sua vítima. Então tá.

Perfume de Mulher
Globo, 1h50.
   
(Scent of a Woman). EUA, 1992, 156 min. Direção: Martin Brest. Com Al Pacino, Chris O'Donnell, Gabrielle Anwar. Estudante (O'Donnell) acompanha militar cego (Pacino) e amargurado durante um fim de semana. "Remake" do filme de Dino Risi, com Vittorio Gassman, feito em 1975. A fantasia, aqui, triunfa amplamente (Pacino chega a guiar um carro em alta velocidade). Também triunfa a idéia de veículo (não por acaso, Pacino ganhou o Oscar de melhor ator pelo filme). Mas existe uma idéia de moralidade -sustentáculo do grande cinema americano- que lhe dá substância.

Instinto
SBT, 2h.
 
(Instinct). EUA, 1999, 123 min. Direção: Jon Turteltaub. Com Anthony Hopkins, Cuba Gooding Jr., Donald Sutherland. O psiquiatra tenta entrar em contato com o refinado antropólogo Hopkins e descobrir por que matou os guardas florestais que o encontraram e interromperam sua pesquisa de anos com primatas. Depois de voltar à civilização, ele se mantém em tão intenso silêncio quanto o dr. Hannibal, o canibal, de "O Silêncio dos Inocentes". Na comparação, este aqui não dá para saída.

O Elevador sem Destino
SBT, 4h15.
 
(The Lift). Holanda, 1983. Direção: Dick Maas. Com Huub Stapel, Josine van Dalsum. Elevador torna-se independente dos homens. Pior, inimigo dos homens, que passa a matar sem compaixão. Um "Christine, o Carro Assassino", em versão estática. Elevador e filme, ambos sem destino. Só para São Paulo. (IA)

TV PAGA

O vôo nada cego de Scorsese em "Gangues..."

PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Não há filme a comparar com "Gangues de Nova York" a não ser outro do próprio Martin Scorsese, "O Aviador". Este filme vem sofrendo, como "Gangues", com a miopia de alguns escritos na imprensa que juram que o diretor quer só ganhar o Oscar. Será? Scorsese disse isso a alguém?
Afirmação um tanto irresponsável e que diz respeito a uma visão romântica e ultrapassada sobre autoria, na qual o traço estilístico de um cineasta só é mantido sob orçamentos baixos, que permitem maior liberdade criativa. Claro que no cinema quanto maior for uma produção, mais vigiados ficam os desvarios dos seus autores, com mais pessoas e dinheiro envolvidos. Mas até aí, Hitchcock curvou a cabeça algumas vezes, autocensurou-se outras tantas, sem jamais abandonar seu modo de pôr as imagens na tela. O borderô alto nem sempre é antipático à ousadia criativa.
A prova aparece também em "O Aviador", onde Howard Hughes é sobretudo um visionário que usa o dinheiro para a causa nobre da criação artística (aviões, filmes). Exatamente o que Scorsese vem fazendo em seus dois últimos longas, que dialogam com uma tradição cinematográfica americana, tanto a do glamour dos anos 40 (relido em "O Aviador") como a da epopéia do western legalista (repintado em "Gangues").
Tudo isso para falar sobre assuntos subterrâneos: o atormentado Hughes, como o Jake LaMotta de "Touro Indomável", é um esquizofrênico num país em frenesi infernal, e "Gangues" traz ao nosso conhecimento personagens sanguinários, verdadeiros demônios proscritos pela história oficial norte-americana, numa quase Little Italy nova-iorquina retratada em seus filmes dos anos 70. Balela que Scorsese quer mostrar serviço à Academia.


GANGUES DE NOVA YORK. Quando: hoje, à 0h45, no HBO.


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