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LANÇAMENTOS/DVD
"AS LENDAS DA MÚMIA"
Caixa reúne "A Múmia", "O Retorno da Múmia", "O Escorpião Rei", documentários e depoimentos
Trilogia de Sommers diverte com absurdos
REINALDO JOSÉ LOPES
DA REPORTAGEM LOCAL
"A coisa mais legal do meu
personagem é que ele não
tem nenhuma evolução. Está
igual", declara deslavadamente o
ator britânico John Hannah, lá
pelas tantas, no making of de "O
Retorno da Múmia". Já o astro da
luta livre The Rock nem pisca ao
dizer, no mesmo DVD: "Sabe, eu
quis voltar a fazer o Escorpião Rei
porque é um personagem muito
profundo".
Essa cara-de-pau de proporções
míticas responde por boa parte da
diversão da trilogia "As Lendas da
Múmia", que chega agora ao Brasil numa caixa repleta de documentários, curiosidades e comentários do elenco e da direção.
Quase dá para escutar as risadas
por trás das câmeras quando The
Rock explica, todo sério, que o
terceiro filme, "O Escorpião Rei",
não é nem um prólogo nem uma
seqüência de "A Múmia" e "O Retorno da Múmia" -é um "spin-off", um derivativo, sinônimo de
dinheiro fácil para a indústria do
entretenimento. Todo mundo parece ciente de que não dá para levar a sério toda aquela história de
maldições, amantes reencarnados
e mortos-vivos e se concentra no
que interessa: a diversão.
E para isso vale uma mistura curiosa de apuro visual e absurdos
históricos, como deixa claro o comentário de Stephen Sommers
(que dirigiu os dois primeiros filmes e produziu o terceiro).
As juras apaixonadas em egípcio antigo que o sacerdote-múmia Imhotep (Arnold Vosloo)
troca com sua amada Anck-su-namun (Patricia Velásquez; atenção para a pronúncia: "Anák-su-námun") foram reconstruídas
com a ajuda de um egiptólogo e
estão o mais próximo possível do
que se dizia há 3.000 anos.
O que não impede que Imhotep
comande as Dez Pragas do Egito
(ameaçando seriamente o emprego de Moisés) ou que os guardas
sagrados do faraó sejam chamados de magi (o nome usado normalmente em inglês para os Reis
Magos da Bíblia; pelo visto, o fora
pegou tão mal que no segundo filme eles viraram os medjai).
Mas a bobagem campeã é a seqüência de abertura de "O Escorpião Rei". Um bando de bárbaros
furiosos aprisionou o herói e seus
companheiros, os assassinos acadianos. O chefe da tribo começa a
enumerar: "Nós matamos babilônios! Matamos micênios [que só
iam surgir dali a 1.500 anos]! Matamos mesopotâmios [palavra
que os gregos só iam inventar dali
a 2.500 anos]". Sensacional.
Os comentários de diretores e
atores ajudam a adicionar aqueles
detalhes completamente inúteis,
mas interessantes. Dá para imaginar, por exemplo, que o covarde e
traidor Beni (Kevin J. O'Connor)
tinha sotaque húngaro, e não árabe? (Aquele fez, o chapeuzinho
cônico dos egípcios, enganou
muita gente.) Ou que Patricia Velásquez só estava "vestida" com
tinta nas cenas de abertura?
As Lendas da Múmia (caixa
contendo os filmes "A Múmia",
"O Retorno da Múmia" e "O
Escorpião Rei")
Distribuidora: Universal; R$ 90, em
média
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