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HQ
"Dois Reis", de Karmo, e "Preto no Branco", de Allan Sieber, passam a ser publicadas sempre aos domingos no caderno
Tiras da Ilustrada ganham novas cores
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Duas novas tiras de quadrinhos
passam a ser publicadas a partir
de hoje no caderno Ilustrada. As
séries "Dois Reis", do paulista
Karmo, 30, e "Preto no Branco",
do gaúcho Allan Sieber, 32, ocuparão o lugar deixado por "Garfield", que continua circulando
nos outros dias da semana.
Criada há cerca de quatro anos
para o site do artista (www.karmo.com.br), "Dois Reis" acompanha o dia-a-dia de dois "bonequinhos" de 20 e tantos anos, sem
nome, que dividem o mesmo teto.
O preto é webdesigner, sensível e
vive tentando agradar o vermelho; este, por sua vez, é meio bronco, trabalha carregando livros numa biblioteca e vive com uma latinha de cerveja na mão.
A simplicidade aparente dos desenhos, feitos por computador, é
complementada com uma dose
generosa de referências literárias
e filosóficas. "No começo, [a tira]
era só uma tentativa de aperfeiçoar o meu texto. Os bonequinhos são praticamente uns "egípcios", não posso desenhá-los de
frente. Mas é essa limitação que
abre possibilidades para trabalhar
o argumento", justifica o autor.
Nascido Alexandre do Carmo,
em Brotas, interior de SP, suas
HQs estão editadas na revista
"Front", da Via Lettera, e na antologia "Conseqüências", lançada
na Espanha. Ainda assim, o currículo de Karmo nas HQs é ainda
bem menos extenso que na publicidade. "Não me considero um
rato de quadrinhos. Prefiro beber
cerveja, essas coisas."
Pois o balcão do bar, por coincidência, também será um dos
principais "divãs" dos personagens de "Preto no Branco", série
ácida e semi-autobiográfica de
Allan Sieber. "Tem um personagem fixo, que é o desenhista, mas
tem biografias alheias também."
Para quem conhece a série, publicada, sempre em p&b, no site
www.tonto.com.br, Sieber manda um recado: "O material é inédito, mas vou maneirar um pouco
nos closes de sexo anal e essas coisas mais grosseiras", debocha.
Recentemente, dois anos de
"Preto no Branco" foram compilados em um livro homônimo
lançado pela Conrad.
Outros trabalhos do autor, nascido em Porto Alegre, incluem a
animação "Deus É Pai", premiada
em Gramado e no Festival de Havana, as aberturas dos longas de
Jorge Furtado "O Homem que
Copiava" e "Houve Uma Vez
Dois Verões", além da tira "Vida
de Estagiário", publicada desde
2001 no Folhateen.
E por que essa fixação pelo preto-e-branco? "Tenho certo preconceito com a cor. Às vezes, ela é
só um jeito fácil de picaretear."
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