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Escritora fez literatura 'radial'
da Equipe de Articulistas
Virginia Woolf foi a mais radical
experimentalista da ficção inglesa
deste século -ao lado de James
Joyce, mas sem o intelectualismo
dele.
Buscando uma forma lírica para
o romance, desenvolveu com precisão então inédita os recursos do
fluxo da consciência e dos monólogos interiores, que constituíram
a narrativa de seus livros.
Seus romances têm pouca ação
-"Sra. Dalloway" (1925) resume-se a um passeio por Londres-, espécie de motor para o
desencadear de sensações que fazem da sua uma literatura "radial", como ela definia, em oposição a uma narrativa "linear".
Descrever ao mesmo tempo "os
salpicos da atmosfera e as ondas
que se sucedem rumo aos recantos
esquecidos e obscuros" da consciência, esse o desafio de sua ficção, em palavras da autora.
Esse mergulho vertiginoso no
inconsciente era lenitivo e veneno
para sua fragilidade psicológica
-Woolf foi várias vezes internada
por acessos de loucura. Em 1941,
se matou mergulhando num rio.
De uma família de intelectuais,
Woolf circulou pelo grupo de
Bloomsburry, que reunia artistas
liberais -especialmente no que se
referia a sexo- na ainda vitoriana
Londres das décadas de 20-30.
(MF)
Filme: Sra. Dalloway
Produção: EUA, 1997
Direção: Marleen Gorris
Com: Vanessa Redgrave
Quando: a partir de hoje, nos cines Belas
Artes - sala Aleijadinho e Estação Lumière 2
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