São Paulo, sexta, 13 de fevereiro de 1998

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Escritora fez literatura 'radial'

da Equipe de Articulistas

Virginia Woolf foi a mais radical experimentalista da ficção inglesa deste século -ao lado de James Joyce, mas sem o intelectualismo dele.
Buscando uma forma lírica para o romance, desenvolveu com precisão então inédita os recursos do fluxo da consciência e dos monólogos interiores, que constituíram a narrativa de seus livros.
Seus romances têm pouca ação -"Sra. Dalloway" (1925) resume-se a um passeio por Londres-, espécie de motor para o desencadear de sensações que fazem da sua uma literatura "radial", como ela definia, em oposição a uma narrativa "linear".
Descrever ao mesmo tempo "os salpicos da atmosfera e as ondas que se sucedem rumo aos recantos esquecidos e obscuros" da consciência, esse o desafio de sua ficção, em palavras da autora.
Esse mergulho vertiginoso no inconsciente era lenitivo e veneno para sua fragilidade psicológica -Woolf foi várias vezes internada por acessos de loucura. Em 1941, se matou mergulhando num rio.
De uma família de intelectuais, Woolf circulou pelo grupo de Bloomsburry, que reunia artistas liberais -especialmente no que se referia a sexo- na ainda vitoriana Londres das décadas de 20-30. (MF)


Filme: Sra. Dalloway Produção: EUA, 1997 Direção: Marleen Gorris Com: Vanessa Redgrave Quando: a partir de hoje, nos cines Belas Artes - sala Aleijadinho e Estação Lumière 2


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