São Paulo, Sábado, 13 de Fevereiro de 1999
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Rozenblit quer relançar discos

do enviado a Recife

Pouco do acervo da Rozenblit, hoje quase secreto, ganhou edição em CD. Há casos como o do disco "O Bidu - Silêncio no Brooklin" (67), de quando Jorge Ben "aderiu" ao internacionalizante iê-iê-iê, comprado pela Copacabana, reeditado e já fora de catálogo.
O mais comum é fonogramas da gravadora serem reeditados em coletâneas pelo Polydisc, selo local dirigido por José Florentino, dono de uma grande cadeia de lojas de discos e vídeo, e Hélio Rozenblit (filho do fundador da fábrica).
Este último dirige o estúdio Somax, em Recife, onde José Rozenblit mantém sala modesta de aposentado.
Em outra pequena sala, ficam estocadas, sob um frágil sistema de refrigeração e camadas de poeira, as matrizes que as enchentes não roubaram. "Tenho idéia de relançar os discos com as capas originais pela Polydisc", diz José Rozenblit.
Ele diz que já recusou ofertas de vender seu acervo -inclusive da Warner e da EMI. "A Warner não queria investir, só relançar. Não me interessei."
"No final dos 70, um grupo de artistas -Chico Buarque, Paulinho da Viola, MPB-4- quis comprar 60% das ações para salvar a empresa, desde que eu continuasse nela. Estava praticamente fechado, mas aí a multinacional Ariola entrou no país e saiu contratando os artistas."
A falência veio, e acabou assim o que Rozenblit chama de "a última fábrica de discos da Bahia ao Amazonas" -e a última fábrica nacional de discos do Brasil. (PAS)


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