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DISCO CRÍTICA
CD exalta beleza africana
da Redação
A velha convicção de que a percussão é a "cozinha" de qualquer
conjunto musical cai por terra no
universo de criação do Ilê Aiyê. O
bloco acaba de lançar "Ilê Aiyê - 25
Anos", reforçando a ousadia de
impor o ritmo à melodia. Aqui, a
batida do tambor dá o tom e pontua as discursivas letras em tom de
manifesto vigoroso.
O som vultoso do grupo transforma em música a idéia, presente
no imaginário afro-brasileiro, de
suntuosidade e grandeza dos reinos africanos de onde vieram os
escravos, algo comparável à cocanha do imaginário ocidental. Na
poesia do Ilê Aiyê, a escravidão, o
vínculo do negro com a construção
do Brasil e o sincretismo religioso
são lidos sob uma ótica que elogia
sua beleza e vigor físico, além da riqueza de sua cultura.
Seu estilo resulta da fusão do ijexá, ritmo africano, com o samba. A
estrutura é parecida com a do samba-reggae (que só acrescenta o reggae a esse casamento).
O CD tem música engajada, como "Exclusão" e música para dançar, como "Poeira". Em algumas
faixas, um pouco do tom melado
que foi hiperbolizado pela axé music, como em "Deusa do Ébano".
(SC)
Disco: Ilê Aiyê - 25 Anos
Artista: Ilê Aiyê
Lançamento: Natasha
Quanto: R$ 18 (o CD, em média)
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