São Paulo, segunda-feira, 13 de maio de 2002

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Yeah Yeah Yeahs e o direito de as canções virtuais irem e virem

LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma guerra que parece não ter mais fim é a travada pela poderosa indústria do disco contra a veiculação de música pela rede de computadores.
Sem entrar no mérito de quem nessa história é o verdadeiro "pirata", as complicadas questões de preservação autoral e a do direito de as canções virtuais irem e virem livremente só ganham espaço atualmente por causa do resultado de algumas batalhas recentes.
Os papões da indústria comemoraram a queda do revolucionário Napster, mesmo que a troca de arquivos musicais por computador -era fato- não tenha interferido na vendagem de discos.
A revanche: em 2001, nos EUA, o CD virgem vendeu mais que os CDs convencionais.
A internet realmente virou o maior inimigo da indústria da música, que ainda não tem idéia de como explorá-la.
Mas, ao mesmo tempo, o computador com um modem esperto é cada vez mais amigo dos interessados nessa mesma música. Só que aliada a cavalares doses de informação e um imediatismo de assustar, que uma boa navegada pode revelar, principalmente para navegantes de terras distantes, que não contam com uma indústria musical tão, digamos, ágil.
Portanto, se a notícia é que surgiu no interior da Austrália, por exemplo, a banda de rock mais empolgante dos últimos tempos, pode não levar meia hora para que um computador brasileiro contenha três ou quatro canções do grupo em questão.
O "New York Times" despertou na semana passada para o que os frequentadores de internet já sabem desde o ano passado: a mania das músicas híbridas, os chamados "bootleg remix", em que duas músicas são misturadas para nascer uma nova canção, algumas vezes melhor que as duas originais.
Não é preciso anos para saber, no Brasil, da existência da derivada e sensacional "Smells Like Booty", um R&B baba das Destiny's Child mixado à energia explosiva do Nirvana.
Se você lê por aí há tempos que Nova York e Londres estão suando nas pistas por causa do europeizado gênero electro, um tecnopop dos anos 80 atualizado com absurda carga de sedução, em questão de minutos você pode ouvir "Emerge", da dupla cult americana Fischerspooner e esnobar os amigos, dizendo que "Frank Sinatra", da deusa Miss Kittin, é coisa velha.
Conversas de que o trio nova-iorquino Yeah Yeah Yeahs é a mais nova "grande sensação" do rock? Acabe este texto e baixe "Bang", para tirar a limpo.

lucio@uol.com.br



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