São Paulo, sexta-feira, 13 de maio de 2005

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"Eletrônico e pop são as influências", afirma vocalista

CHARLOTTE CRIPPS
DO "INDEPENDENT"

Os pais de Russell Lissack, guitarrista da banda britânica de indie rock Bloc Party, jamais levaram o filho e seus colegas muito a sério quando ensaiavam na sala de sua casa em Chingford, Essex, em 2000.
Depois que o Bloc Party assinou com a gravadora independente Wichita, em abril de 2004, entretanto, seu álbum de estréia, "Silent Alarm", chegou aos dez mais da parada britânica e de outros 17 países.
A banda pretende entrar no estúdio no terceiro trimestre, para trabalhar em seu segundo disco, antes de iniciar a maior turnê que já realizaram no Reino Unido, em outubro.
A ascensão meteórica do grupo quer dizer que Lissack e seus colegas deixaram de levar vidas normais. Gordon Moakes, o baixista, revela que um longo relacionamento acaba de se encerrar e que ele nunca tem tempo para ver os amigos. "Eu só consegui enviar aos meus amigos mais íntimos uma cópia do disco, acompanhada por um bilhete que lhes conta o que ando fazendo", diz Moakes, 28.
A banda sempre esteve convicta de que tem o que falta a muitos outros grupos. "Estamos sempre procurando encontrar novas maneiras de tocar", diz Okereke, 23, vocalista, compositor e guitarrista do Bloc Party. O que realmente o preocupa é que vivam cercados de puxa-sacos. "Eles passam o tempo todo nos dizendo que somos o máximo", afirma. "É preciso sempre manter distância com relação a esse tipo de atitude", continua.
Sobre o desgaste causado pelas turnês constantes, a banda parece animada. "A única coisa que me impede de ficar realmente entusiasmado é que surgem muitas coisas que você nem imaginava quando começou. É uma vida interminável, e sempre insatisfatória, porque temos sempre o próximo disco a gravar e a próxima turnê para iniciar", diz Okereke.
O Bloc Party já foi classificado como banda de art rock, de punk funk, ou como uma banda punk autodidata, e influências de bandas pós-funk como o Sonic Youth, Joy Division, Gang of Four e The Cure são apontadas em seu trabalho. E ainda que Okereke diga que percebe similaridades com o trabalho do Cure, ele não tem nem sequer um disco da banda em sua coleção.
"Eletrônico, rhythm'n'blues e pop influenciam a maneira pela qual criamos as nossas canções, e não apenas as bandas dos anos 70 e 80", destaca Okereke. Ele alega que suas maiores influências são bandas de britpop como o Elastica e o Suede, além de Smashing Pumpkins e o Weezer, que é meio grunge, meio nerd. "Devemos muito crédito a essas bandas", diz o vocalista. "As pessoas precisam saber disso quando nos analisam."


Tradução Paulo Migliacci


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