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Grupo vai a programas de TV e feiras de ciência
DA ENVIADA ESPECIAL A TAMPA (EUA)
Antes de chegar ao formato
atual, o Blue Man Group já teve
quatro, cinco e até nove homens azuis e carecas em um
único espetáculo. O show já
funcionou sem música e os artistas já tiveram falas. Mas o
trio mudo foi a fórmula que se
mostrou mais bem-sucedida.
Com esse formato, os criadores do BMG, Chris Wink, Matt
Goldman e Phil Stanton, passaram a chefiar um grupo empresarial de 60 homens azuis que,
além de turnês e filiais em dois
continentes, faz aparições na
TV, vende DVDs, cria feiras de
ciência e investe em projetos
educacionais.
As carecas azuis brilhantes,
no entanto, acompanham toda
a trajetória do grupo. "A imagem em nossa mente era um
cara careca e azul. Não tem explicação, foi algo instintivo",
afirma Goldman, que conversou com a Folha por telefone,
de Nova York. Do início curto
nas ruas de Manhattan em
meados dos anos 80, na passagem rápida por apresentações
em bares, até a aquisição do
primeiro teatro próprio do grupo, em 1991, o formato do personagem azul, que parece ter
saído de uma pintura, continua
o mesmo.
Em pouco tempo, Stanton e
Wink, que trabalhavam como
garçons, e Goldman, designer
de softwares, abandonaram os
empregos para se dedicarem
exclusivamente a cobrir o corpo com as tintas. Nos três primeiros anos de apresentações
no teatro de Nova York (o Astor Place Theatre, com capacidade para 298 pessoas), o trio
atuou em 1.285 espetáculos
sem pausas, até que a demanda
se tornou grande demais para
apenas três pessoas.
Primeiros passos
O exército de carecas começou a ser criado em 1994, com a
abertura da filial do grupo, em
Boston. "Os primeiros caras foram os mais difíceis de encontrar e treinar, porque nem sabíamos direito o que estávamos
procurando", diz Goldman.
O esforço para formar os artistas deu certo, e logo foi a vez
de Las Vegas receber um show
fixo. As tintas se espalharam
por Chicago, Londres, Amsterdã e Berlim, além de rodarem o
mundo em megaturnês.
Hoje, com 20 trios fixos, existem recrutadores do BMG especializados em encontrar novos artistas dispostos a se dedicar ao show. O crescimento do
projeto recebeu críticas: segundo Goldman, a cena underground de Nova York, a primeira a celebrar as carecas, se virou
contra o grupo ao testemunhar
a abertura das filiais. "Foi difícil, principalmente ao abrirmos
o teatro de Las Vegas. Mas conseguimos provar que não iríamos perder a essência do
BMG."
Atualmente quarentões e
afastados das tintas, Goldman,
Wink e Stanton só encarnam o
personagem azul em ocasiões
especiais ou em shows na TV. O
trabalho do trio se volta para a
criação de novas peças e gerenciamento. Mas, assim como no
show, não há como prever o final: "Meu filho está com três
anos, e eu quero que ele se lembre do pai dele no palco. Quem
sabe?", diz Goldman.
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