São Paulo, quarta, 13 de maio de 1998

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MÚSICA
Ex-guitarrista e cantor da histórica banda Pixies lança seu quarto álbum solo, "Frank Black and the Catholics
Frank Black lança CD e pode tocar no Brasil

Divulgação
Frank Black, ex-líder dos Pixies, que lança seu quarto CD solo


MARCELO OROZCO
do "Notícias Populares"

Num caso raro, o Brasil passa a perna nos Estados Unidos e tem antes o lançamento de um novo álbum de um nome de peso do rock. É o que está acontecendo com o norte-americano Frank Black, 33.
O CD "Frank Black and the Catholics" é o quarto álbum solo do ex-líder da banda Pixies (1987-1991). Gravado há um ano, só saiu na semana passada na Europa e no Brasil, lançado pela Natasha Records.
Os EUA vão esperar. Black contou à Folha, falando por telefone de New Haven (EUA), que não há previsão de lançamento na América do Norte. "Talvez em agosto."
Também em agosto, o cantor e guitarrista (cujo nome real é Charles Thompson 4º) pode fazer sua primeira turnê no Brasil.
Se vier, Black já trará uma formação diferente da que está no disco. O guitarrista Richie Gilbert acaba de substituir Lyle Workman, que trabalhava com Black há quase cinco anos.

Folha - Seu novo álbum, "Frank Black and the Catholics", está saindo no Brasil agora, antes mesmo que nos Estados Unidos? Por quê?
Frank Black -
Isso aconteceu porque estou sem gravadora aqui nos Estados Unidos. Gravamos há um ano e não saiu por problemas com gravadoras, como sempre. Talvez aqui saia em agosto, não sei. Na Europa, saiu semana passada, dia 4 de maio.
Folha- Há rumores de que você virá ao Brasil fazer shows em agosto. Alguma coisa confirmada?
Black -
Não confirmamos nada ainda. Há conversas. Eu só costumo tocar duas músicas dos Pixies, "Holiday Song" e "Wave of Mutilation", hoje em dia. Para o Brasil, talvez eu toque algumas mais dos Pixies, que deve ser a maior referência do meu trabalho aí.
Folha - Como você imagina o Brasil?
Black -
Eu sei que é grande. Por isso, não acho que seja uma coisa só. Tem metrópoles como Rio e São Paulo, uma cidade urbana moderna como Brasília, cidades de garimpo... Eu gostaria de ir a cidades com lugares de rock'n'roll.
Folha - Você ouve algo de música brasileira?
Black -
Na maior parte, o que ouço é rock'n'roll feito nos Estados Unidos e Inglaterra. Ouço Sérgio Mendes porque ele fez parte do cenário pop americano, especialmente nos anos 60. Falaram-me que ele é até mais conhecido nos Estados Unidos que no Brasil.
Folha - Sobre o disco, você batizou a banda de Catholics (católicos), mas ela já vinha tocando com você há tempo. Por que só agora um nome?
Black -
Tocamos há uns três anos e meio. Apenas queríamos um nome como Neil Young and Crazy Horse.
Folha - O disco foi gravado ao vivo no estúdio?
Black -
Sim, direto em dois canais. Estávamos fazendo uma demo tape que acabou sendo o álbum. Inspirei-me num álbum do Reverend Horton Heat (banda americana de punkabilly) chamado "Smoke 'Em If You Got 'Em". Eles também gravaram em dois canais, mas não fizeram alarde para jornalistas como eu (risos).
Folha - O novo álbum é mais simples em som e em estrutura das músicas que o que você fazia antes. Por quê?
Black -
Às vezes, acaba sendo mais fácil fazer um som complicado. É difícil fazer músicas simples e boas, porque você entra no clichê.
Folha - As letras e até o nome da banda têm referências religiosas. Por quê?
Black -
É coincidência. É minha poesia. E poesia é um rio que vai para lá e para cá. O nome da banda é porque gostamos do som da palavra.



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