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Música
De Havaianas, Calcanhotto canta o mar
Cantora estréia hoje em São Paulo a turnê nacional do álbum "Maré", que tem também músicas de "Maritmo" (1998)
Com visual "quase surfista" ou de "Tétis contemporânea", gaúcha interpreta ainda as suas "obrigatórias", como "Esquadros" e "Maresia"
RAQUEL COZER
DA REPORTAGEM LOCAL
As crianças tomaram de
Adriana mais tempo do que ela
previa, mas os anos que lhes dedicou ensinaram algo.
A fase Partimpim ajudou a
cantora, agora novamente Calcanhotto, a se livrar do ônus de
se preocupar demais em agradar ao público.
"Isso me interessa menos
agora. Porque as crianças não
fingem. Você faz a sua coisa, e
elas gostam ou não gostam.
Não adianta ficar tentando
agradar. Bem melhor assim."
Com sua peculiar serenidade
refletida também nas faixas de
seu mais recente álbum adulto,
"Maré", a gaúcha de 42 anos dá
início neste fim de semana, em
São Paulo, a sua turnê nacional.
É o primeiro trabalho com a assinatura Adriana Calcanhotto
desde "Cantada" (2002). No ínterim, só fez os shows de
"Adriana Partimpim", CD de
2004 cujo sucesso "não lhe deu
opção" a não ser lançar um
DVD em 2005.
Mas agradar talvez seja um
costume do qual ela não pode
se livrar facilmente. O teste foi
em Lisboa, segunda cidade no
mundo a receber a nova turnê
(a primeira foi Buenos Aires).
Faltando cinco músicas para o
fim do show no Coliseu, uma
queda de luz deixou "Mulher
sem Razão" (Dé Palmeira/ Bebel Gilberto/ Cazuza) inconclusa. Meia hora depois, luzes
de emergência sobre os persistentes portugueses na platéia,
Adriana Calcanhotto retornou
ao palco, ainda escuro.
"Os meninos pegaram umas
coisinhas acústicas, fizemos
três músicas. As pessoas do
fundo não me ouviam, então
começaram a vir, e aquilo começou a embolar na frente do
palco. Foi bonito", lembra.
Os "meninos" -Domenico
Lancellotti, Marcelo Costa e
Alberto Continentino, que participaram das gravações de
"Maré", mais o tecladista Bruno Medina (Los Hermanos)-
ajudaram-na ainda a dar fluidez ao show. Às poucas faixas
do disco atual foram acrescidas
outras de "Maritmo" (1998),
que antecede "Maré" na trilogia ainda inacabada de águas
salgadas da cantora.
O desafio foi encontrar uma
personalidade na qual os dois
discos coubessem. "Teve resultados interessantes. Por exemplo, não aconteceu muita coisa
com "Asas" no "Maritmo", ela
nunca se prestou às coisas que
faço com voz e violão. Com os
novos arranjos, descobri como
ela deveria ser", diz.
Mais bem-sucedidas no álbum de 1998, "Vambora" e
"Mais Feliz" entram junto com
outras "obrigatórias", como
"Esquadros" e "Maresia".
Deusa surfista
Entre uma concha imponente, "linda, que nos deixa pequenininhos", e véus que lembram
águas turvas e límpidas, Adriana Calcanhotto aparece num
vestido de seda sobreposto por
um camisetão. E de Havaianas
nos pés. "Para o Hélio [Eichbauer, cenógrafo], sou uma Tétis [deusa do mar] contemporânea", diz. Mas de Havaianas? "É
que do ponto de vista de Gilda
[Midani, figurinista] sou quase
uma surfista", esclarece.
O visual praieiro do show encontra ambiente apropriado no
Rio, para onde o show segue
dias 27, 28 e 29. Juiz de Fora é a
parada seguinte, no dia 6/7.
ADRIANA CALCANHOTTO
Quando: hoje e amanhã, às 22h; e
dom. às 20h
Onde: Citibank Hall (av. dos Jamaris, 213, tel. 0/xx/11/6846-6040);
14 anos (com pais ou responsáveis)
e 16 anos (desacompanhados)
Quanto: R$ 60 a R$ 120
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