São Paulo, sexta-feira, 13 de julho de 2001

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A ponta do iceberg


CD novo de Björk, Sigur Rós no Brasil e livro de Fábio Massari põem a Islândia na rota do pop


CLAUDIA ASSEF
DA REPORTAGEM LOCAL

Pode ser que muita gente nem saiba onde fica a Islândia, país-ilha situado ao norte do Reino Unido, não muito longe do Pólo Norte em si. Mas é provável que muita gente conheça a cidadã mais famosa do país, a cantora Björk.
Além de gêiseres e vulcões, fenômenos que atraem milhares de turistas todos os anos ao país, a Islândia tem tudo para entrar no roteiro de qualquer fã de música. É que a Islândia não vive só de Björk -que, aliás, lança disco novo ("Vespertine") em agosto.
"A cena musical islandesa é muita vasta. Há ótimos grupos de rock, punk, rap e música eletrônica por lá", afirma o VJ Fábio Massari, que lança no dia 23 o livro "Rumo à Estação Islândia", apanhado de entrevistas e impressões pessoais sobre o cenário musical do país (leia texto abaixo).
Massari, que passou dois meses na Islândia em 99, acredita que vários artistas islandeses tenham potencial para seguir o caminho estrelado de Björk. "Se fosse para chutar um nome forte, apostaria no Sigur Rós."
Com idade média na faixa dos 26 anos, os quatro garotos que formam o Sigur Rós têm deixado público e crítica da Europa, onde estão agora em turnê, embasbacados com suas canções etéreas -não dá para não usar essa palavra com o grupo. Etéreo, ou celeste, coisa que vem do céu, é o que dá para dizer em relação ao som da banda.

Anjos gelados
Com apenas quatro anos na estrada, o Sigur Rós já conseguiu estampar a capa das principais revistas e jornais especializados em música da Europa e dos Estados Unidos.
O nome do grupo é uma combinação dos nomes da irmã recém-nascida de um dos integrantes -atitude no mínimo fofa dos moleques. Usando som de orquestra, guitarra tocada com arcos, vocais sublimes cantados numa língua inventada por eles (o "hopelandish"), o Sigur Rós conseguiu feitos como vender 15 mil cópias de "Ágaetis Byrjun" (o segundo CD) na Islândia, algo alcançado por poucos num país que conta 280 mil habitantes.
No mundo todo, o disco bateu a marca das 300 mil cópias, um assombro para uma banda que faz um som para lá de incomum.
O site oficial da banda (www.sigur-ros.com) anuncia uma apresentação do Sigur Rós no Brasil em outubro deste ano, coisa que a gravadora dos moços, a inglesa Fat Cat, não confirma nem desmente.

Dog, bebida e sexo
O mundo voltou os olhos para a música islandesa pela primeira vez em meados dos anos 80, com o rock empolgante do Sugarcubes. A banda virou hit instantâneo no país natal e ainda arrebanhou fãs pelo mundo.
A então moçoila Björk, que já havia participado de outras bandas de punk no país, era uma das vocalistas do grupo. E o resto é história. "O país é rico, e o povo é descolado. Existe um enorme interesse por música, ainda mais num país onde a diversão maior é beber até cair, comer hot dog e fazer sexo", arremata Massari.



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