|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Livro mostra cotidiano "roqueiro" da ilha
DA REPORTAGEM LOCAL
O VJ Fábio Massari, 36, enxergou o potencial de país "roqueiro" da Islândia quando viu a seguinte cena em Reykjavik: uma
senhora de uns 60 anos, com roupa elegante e bolsinha a tiracolo,
caída de bêbada na sarjeta.
"Fiquei passado, mas entendi
melhor o país depois disso", diz o
VJ, que lança no dia 23 o livro
"Rumo à Estação Islândia".
Para fazer o livro, Massari visitou o país duas vezes entre 98 e 99.
"Rodei bem a Islândia e cheguei a
passar dois meses em Reykjavik.
Deu para sentir legal o clima."
Em "Rumo à Estação Islândia",
o apresentador permeia impressões pessoais sobre o país em entrevistas com personagens importantes da cena musical.
Massari passou a ser figura
manjada em Reykjavik, a capital
do país, que tem 170 mil habitantes -quase três vezes menor do
que o bairro de Santo Amaro, em
São Paulo. "É uma cidadezinha de
interior onde só vive gente de dinheiro que tem interesse em tudo
o que é novo", define.
Leia, a seguir, a entrevista com o
autor do livro.
(CA)
Folha - Quando você começou a
se interessar pela Islândia?
Fábio Massari - Já tinha uma curiosidade grande sobre o país porque conhecia algumas bandas, só
as mais óbvias. Mas foi depois de
conhecer islandeses, que me apresentaram vários sons novos, que
fiquei com vontade de ir pra lá.
Folha - E o que mais te impressionou lá?
Massari -Acho que todo mundo
tem uma idéia da Islândia de que
lá é o fim do mundo, é um frio
desgraçado. Mas não é assim. O
país é muito lindo, as temperaturas nunca ficam muito abaixo de 0
ºC, as pessoas são até bem simpáticas. Mas o mais doido é que, como se trata de um país instável,
com vulcões etc., as pessoas são
instáveis também. Por exemplo, o
povo sai às sextas e sábados com o
objetivo de beber. Mas beber até
cair. Daí saem várias brigas, vomitam na rua, é uma zona. No dia
seguinte, tudo volta ao normal,
como se nada tivesse acontecido.
Folha - Mas existe mesmo uma
agitação musical?
Massari - Sim! Vi vários shows lá,
quase toda noite tem algum DJ islandês ou gringo tocando, as pessoas realmente vão aos shows. O
povo tem muito dinheiro, é uma
das maiores rendas per capita do
mundo, e todo mundo quer ser
descolado.
Folha - A sua coleção de discos de
lá, que você chama de islandesa no
livro, deve estar bem gordinha...
Massari - Devo ter uns 150 CDs e
um outro tanto de discos de vinil.
Dá para fazer umas festinhas...
Folha - Em que banda você aposta
como a nova sensação islandesa?
Massari - O Sigur Rós. Esses meninos são bons. Têm tudo para
conquistar o planeta.
RUMO À ESTAÇÃO ISLÂNDIA - De:
Fábio Massari. Editora: Conrad. Preço
não definido (232 págs.).
Texto Anterior: A ponta do iceberg Próximo Texto: Mônica Bergamo: Quadro-negro Índice
|