São Paulo, sexta-feira, 13 de julho de 2001

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Livro mostra cotidiano "roqueiro" da ilha

DA REPORTAGEM LOCAL

O VJ Fábio Massari, 36, enxergou o potencial de país "roqueiro" da Islândia quando viu a seguinte cena em Reykjavik: uma senhora de uns 60 anos, com roupa elegante e bolsinha a tiracolo, caída de bêbada na sarjeta.
"Fiquei passado, mas entendi melhor o país depois disso", diz o VJ, que lança no dia 23 o livro "Rumo à Estação Islândia".
Para fazer o livro, Massari visitou o país duas vezes entre 98 e 99. "Rodei bem a Islândia e cheguei a passar dois meses em Reykjavik. Deu para sentir legal o clima."
Em "Rumo à Estação Islândia", o apresentador permeia impressões pessoais sobre o país em entrevistas com personagens importantes da cena musical.
Massari passou a ser figura manjada em Reykjavik, a capital do país, que tem 170 mil habitantes -quase três vezes menor do que o bairro de Santo Amaro, em São Paulo. "É uma cidadezinha de interior onde só vive gente de dinheiro que tem interesse em tudo o que é novo", define.
Leia, a seguir, a entrevista com o autor do livro. (CA)

Folha - Quando você começou a se interessar pela Islândia?
Fábio Massari -
Já tinha uma curiosidade grande sobre o país porque conhecia algumas bandas, só as mais óbvias. Mas foi depois de conhecer islandeses, que me apresentaram vários sons novos, que fiquei com vontade de ir pra lá.

Folha - E o que mais te impressionou lá?
Massari -
Acho que todo mundo tem uma idéia da Islândia de que lá é o fim do mundo, é um frio desgraçado. Mas não é assim. O país é muito lindo, as temperaturas nunca ficam muito abaixo de 0 ºC, as pessoas são até bem simpáticas. Mas o mais doido é que, como se trata de um país instável, com vulcões etc., as pessoas são instáveis também. Por exemplo, o povo sai às sextas e sábados com o objetivo de beber. Mas beber até cair. Daí saem várias brigas, vomitam na rua, é uma zona. No dia seguinte, tudo volta ao normal, como se nada tivesse acontecido.

Folha - Mas existe mesmo uma agitação musical?
Massari -
Sim! Vi vários shows lá, quase toda noite tem algum DJ islandês ou gringo tocando, as pessoas realmente vão aos shows. O povo tem muito dinheiro, é uma das maiores rendas per capita do mundo, e todo mundo quer ser descolado.

Folha - A sua coleção de discos de lá, que você chama de islandesa no livro, deve estar bem gordinha...
Massari -
Devo ter uns 150 CDs e um outro tanto de discos de vinil. Dá para fazer umas festinhas...

Folha - Em que banda você aposta como a nova sensação islandesa?
Massari -
O Sigur Rós. Esses meninos são bons. Têm tudo para conquistar o planeta.

RUMO À ESTAÇÃO ISLÂNDIA - De: Fábio Massari. Editora: Conrad. Preço não definido (232 págs.).



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