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CRÍTICA
Filme não é para pessoas finas
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Felizmente o roteiro original deste filme não foi utilizado. Se fosse, o filme seria completamente imprestável. Para sorte
dos espectadores, a história inicial
que previa um drama foi modificada para uma comédia de ficção
científica. Como tal, o filme consegue o objetivo básico de uma
comédia -fazer rir, mesmo que
apelando para a escatologia.
Pessoas finas e sensíveis devem
evitar "Evolução". Só quem acha
graça em um mosquito alienígena
ser retirado pelo ânus de um sujeito (veja foto ao lado) vai gostar.
Mas "Evolução" tem boas tiradas, considerando-se que é difícil
ser original quando se trata de fazer mais um filme sobre invasão
de ETs. A idéia é simples. Um meteoro traz formas de vida novas
para a Terra. Mesmo cientistas sérios acreditam nessa hipótese de
"fertilização" vinda do espaço.
A diferença é a rapidez do processo. Foram bilhões de anos até a
vida na Terra passar de micróbios
para seres de várias células, até
produzir dinossauros e homens.
A evolução biológica não é linear. É como uma árvore densa,
com vários galhos que não deram
frutos. O filme leva ao absurdo o
processo: de bilhões de anos para
segundos e minutos. Bem, toda
comédia depende de algum tipo
de redução ao absurdo. Mas, se
fosse um drama, a implausibilidade científica seria demasiada.
A presença de Duchovny, da série "Arquivo X", dá um charme
"ufológico" ao filme. O pano de
fundo, que são as séries de TV, está em toda parte. Algumas piadas
só ficam inteligíveis para quem
tem essa "cultura" moderna.
Alguns dos bichos que "evoluem" dão a sensação de já terem
sido vistos antes. É compreensível: o supervisor de efeitos especiais, Phil Tippett, é o mesmo sujeito que ganhou o Oscar da área
por "Parque dos Dinossauros".
Não precisa ser muito evoluído
para rir com esse filme.
Evolução
Evolution
Direção: Ivan Reitman
Produção: EUA, 2001
Com: David Duchovny, Julianne Moore
Quando: a partir de hoje nos cines
Interlagos, Morumbi, Center Norte e
circuito
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