São Paulo, segunda, 13 de julho de 1998

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Montreux homenageia Nesuhi

do "Le Monde"

Leia abaixo três perguntas a Claude Nobs, diretor do Festival de Montreux:

Pergunta - O senhor é diretor do Festival de Montreux, que prepara uma homenagem a Nesuhi Ertegun. O que ele representa na história do festival?
Claude Nobs -
Nesuhi Ertegun, que morreu em 1989, era um pouco meu pai espiritual. Ele conseguia se colocar em ambientes musicais totalmente diversos. Frequentemente o via preparar noitadas musicais aqui.
Ele tinha um modo muito fino de tratar o assunto, mais ou menos como quando se monta um quebra-cabeças. Ele dava pequenas diretrizes às estrelas que não estavam acostumadas a obedecer ordens. E ele sempre conseguia o que queria, o que geralmente era também a melhor escolha.
Ele representava principalmente a porção jazz do selo, enquanto seu irmão Ahmet se ocupava mais do soul e do rock.
Pergunta - Houve uma série de discos chamada "The Atlantic Family". Essa idéia de família traduz a identidade do selo?
Nobs -
Os irmãos Ertegun chegaram ao mundo da música norte-americana como chegam os estrangeiros, com um outro olhar. Quando se vem do exterior, tem-se uma outra sensibilidade. Há, tanto num como noutro, uma grande facilidade em passar de um gênero a outro com a mesma abertura de espírito.
Como manter o espírito do Festival de Montreux e, ao mesmo tempo, lidar com a concorrência de outros festivais?
Nobs -
Em relação a nossos concorrentes naturais, como o Festival de Haia -onde tudo é definido muito bem- e os grandes festivais norte-americanos, conseguimos manter uma característica até certo ponto artesanal.


Tradução Luiz Antonio Del Tedesco








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