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Montreux homenageia Nesuhi
do "Le Monde"
Leia abaixo três perguntas a
Claude Nobs, diretor do Festival
de Montreux:
Pergunta - O senhor é diretor do
Festival de Montreux, que prepara
uma homenagem a Nesuhi Ertegun. O que ele representa na história do festival?
Claude Nobs - Nesuhi Ertegun,
que morreu em 1989, era um pouco meu pai espiritual. Ele conseguia se colocar em ambientes musicais totalmente diversos. Frequentemente o via preparar noitadas musicais aqui.
Ele tinha um modo muito fino de
tratar o assunto, mais ou menos
como quando se monta um quebra-cabeças. Ele dava pequenas diretrizes às estrelas que não estavam acostumadas a obedecer ordens. E ele sempre conseguia o que
queria, o que geralmente era também a melhor escolha.
Ele representava principalmente
a porção jazz do selo, enquanto
seu irmão Ahmet se ocupava mais
do soul e do rock.
Pergunta - Houve uma série de
discos chamada "The Atlantic Family". Essa idéia de família traduz
a identidade do selo?
Nobs - Os irmãos Ertegun chegaram ao mundo da música norte-americana como chegam os estrangeiros, com um outro olhar.
Quando se vem do exterior, tem-se
uma outra sensibilidade. Há, tanto
num como noutro, uma grande facilidade em passar de um gênero a
outro com a mesma abertura de
espírito.
Como manter o espírito do Festival de Montreux e, ao mesmo tempo, lidar com a concorrência de outros festivais?
Nobs - Em relação a nossos
concorrentes naturais, como o
Festival de Haia -onde tudo é definido muito bem- e os grandes
festivais norte-americanos, conseguimos manter uma característica
até certo ponto artesanal.
Tradução
Luiz Antonio Del Tedesco
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