São Paulo, quinta-feira, 13 de setembro de 2001

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MUNDO DE BACO

Novidades que vêm de terra lusitana

JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA

A maior parte das boas novidades das últimas semanas para os súditos de Baco teve origem em terras lusitanas. Duas importadoras, a Decanter e a Adega Alentejana, apresentaram os produtos de dois renomados produtores de vinhos do Porto -os peculiares e incomparáveis vinhos fortificados da belíssima região do Douro, no norte de Portugal.
Quatro tintos tawny (portos mais claros, de cor acastanhada) da Quinta de Santa Bárbara, de propriedade da firma Poças Junior, ocuparam o palco dia 3 de setembro na filial da Decanter em São Paulo. Eles foram apresentados por um dos diretores da Poças Manoel Poças Pintão, que visitou o Brasil para participar do evento.
Dois portos colheita (vinho de um única safra envelhecido durante um mínimo de sete anos em tonel) dos anos 88 e 90, um porto dez anos (idade média do vinho contido na garrafa) e um 20 anos integraram o painel apresentado.
Os colheita impressionaram bem. O da safra 90, um pouco tânico ainda, mostrou um aroma intenso integrado por frutas secas, que apareceram também no paladar, bastante equilibrado. O 88, mais intenso e complexo, combina no seu sabor notas de figo seco e uva passa com nozes e especiaria.
Boas performances tiveram os exemplares dez e 20 anos. O primeiro, mais leve, agradou pelo paladar redondo e elegante, com leves pinceladas de caramelo, e o segundo, mais denso, pelo sabor rico com as clássicas frutas secas e um leve toque de caril, que perdura num final muito persistente.
Já a Adega Alentejana, nascida há três anos com dedicação total aos vinhos do Alentejo (outra lindíssima região vinícola, mas no sul da terrinha), continua ampliando a sua atuação fora dos limites do seu canto original. Após abrir uma ala integrada por vinhos do Douro (os encorpados espumantes Muganheira) dia 5 de setembro, durante um almoço no restaurante Antiquarius, também em São Paulo, a casa reforçou o departamento apresentando os portos da Burmester, que estréiam no Brasil.
Um branco extra dry (um vinho correto, mas neutro e sem muita graça), um tawny e um ruby (vinho de cor rubi, bem frutado), estes dois últimos bons exemplares nas suas categorias, abriram a apresentação. A seguir, desfilaram nos copos um Late Bottled Vintage 95, de aroma e sabor marcados por frutas vermelhas, redondo (e com ótima relação custo-benefício), um vintage 95, a elite dos vinhos do Porto (encorpado, tânico, de paladar concentrado), e dois colheita, um 55 (de sabor agradável, mas com acidez elevada prejudicando o equilíbrio) e um belo 63, untuoso, de paladar longo, rico e atraente combinando abricó, frutas secas e especiarias.



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