|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MUNDO DE BACO
Novidades que vêm de terra lusitana
JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA
A maior parte das boas novidades das últimas semanas
para os súditos de Baco teve origem em terras lusitanas. Duas importadoras, a Decanter e a Adega
Alentejana, apresentaram os produtos de dois renomados produtores de vinhos do Porto -os peculiares e incomparáveis vinhos
fortificados da belíssima região
do Douro, no norte de Portugal.
Quatro tintos tawny (portos
mais claros, de cor acastanhada)
da Quinta de Santa Bárbara, de
propriedade da firma Poças Junior, ocuparam o palco dia 3 de
setembro na filial da Decanter em
São Paulo. Eles foram apresentados por um dos diretores da Poças Manoel Poças Pintão, que visitou o Brasil para participar do
evento.
Dois portos colheita (vinho de
um única safra envelhecido durante um mínimo de sete anos em
tonel) dos anos 88 e 90, um porto
dez anos (idade média do vinho
contido na garrafa) e um 20 anos
integraram o painel apresentado.
Os colheita impressionaram
bem. O da safra 90, um pouco tânico ainda, mostrou um aroma
intenso integrado por frutas secas, que apareceram também no
paladar, bastante equilibrado. O
88, mais intenso e complexo,
combina no seu sabor notas de figo seco e uva passa com nozes e
especiaria.
Boas performances tiveram os
exemplares dez e 20 anos. O primeiro, mais leve, agradou pelo
paladar redondo e elegante, com
leves pinceladas de caramelo, e o
segundo, mais denso, pelo sabor
rico com as clássicas frutas secas e
um leve toque de caril, que perdura num final muito persistente.
Já a Adega Alentejana, nascida
há três anos com dedicação total
aos vinhos do Alentejo (outra lindíssima região vinícola, mas no
sul da terrinha), continua ampliando a sua atuação fora dos limites do seu canto original. Após
abrir uma ala integrada por vinhos do Douro (os encorpados
espumantes Muganheira) dia 5 de
setembro, durante um almoço no
restaurante Antiquarius, também
em São Paulo, a casa reforçou o
departamento apresentando os
portos da Burmester, que estréiam no Brasil.
Um branco extra dry (um vinho
correto, mas neutro e sem muita
graça), um tawny e um ruby (vinho de cor rubi, bem frutado), estes dois últimos bons exemplares
nas suas categorias, abriram a
apresentação. A seguir, desfilaram nos copos um Late Bottled
Vintage 95, de aroma e sabor
marcados por frutas vermelhas,
redondo (e com ótima relação
custo-benefício), um vintage 95, a
elite dos vinhos do Porto (encorpado, tânico, de paladar concentrado), e dois colheita, um 55 (de
sabor agradável, mas com acidez
elevada prejudicando o equilíbrio) e um belo 63, untuoso, de
paladar longo, rico e atraente
combinando abricó, frutas secas e
especiarias.
Texto Anterior: Outro lado: Restaurante lamenta ocorrido Próximo Texto: Short drinks - Novo alentejano: Adega apresenta Cortes de Cima Índice
|