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TELEVISÃO
Em entrevista à Folha, apresentador do "Altas Horas" diz por que sempre há um astro da Globo em seu programa
Groisman faz 1 ano com reforço de globais
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Glória Maria, Reynaldo Gianecchini, Caio Blat, Susana Werner...
Muitos, muitos globais estarão
nesta madrugada cantando parabéns a Serginho Groisman, que
comemora um ano no ar com o
programa "Altas Horas".
O formato de manter no palco
por duas horas dois ou três atores,
da Globo em quase 100% dos casos, e levar atrações musicais populares tem dado à atração uma
média de 38% da audiência.
O resultado, razoável, não garante patrocínio ao programa,
que enfrenta, além da crise no
mercado publicitário, a dificuldade de chegar a entrar no ar quase
às 2h. Por isso Groisman diz que
irá começar uma peregrinação
por agências de publicidade na
tentativa de vender seu produto.
Em entrevista à Folha, o apresentador afirma que gostaria que
o programa fosse ao ar mais cedo.
Assim, poderia fazê-lo ao vivo, o
que sempre quis desde que foi para a Globo. Ele fala também sobre
o trunfo de usar convidados globais na tentativa de equilibrar o
ideal com o que dá audiência.
Folha - Depois de um ano na Globo, como avalia a proposta que
sempre demonstrou na carreira de
fazer programas inovadores e
equilibrar isso com a audiência?
Serginho Groisman - Se a gente
não acreditar que é possível fazer
uma TV com alguns princípios, é
melhor nem fazer. Quando vim
para a Globo, questionavam se eu
iria mudar minha postura. Mas,
quando saí da TV Cultura para o
SBT, foi semelhante. Buscar esse
equilíbrio é um desafio, porque a
audiência está muito mais ligada a
uma certa redundância de temas e
atrações. O mais importante não é
tanto quem trago ao programa,
mas o que faço com eles. Na estrutura atual, os famosos estão sempre presentes, mas, se notarem
com mais apuro, verão que eles
dão algumas opiniões que, normalmente, não dariam.
Folha - Sempre que assisto ao seu
programa há um ator da Globo como convidado. É uma regra?
Groisman - Neste primeiro ano,
trazíamos dois ou três convidados
que ficavam no palco durante todo o programa. Eles dão uma sustentação de audiência bacana. Então temos um percentual de atores da Globo muito grande. Mas a
participação deles não é tão grande quanto a presença física. Acho
que praticamente todo programa
teve gente da Globo. Isso é uma
facilidade, e o desafio é o que fazer
com essas pessoas. Mas o programa vai mudar e os convidados devem ficar só durante um bloco.
Folha - É que fazer um programa
com um ator novato da "Malhação" e o KLB não parece muito a cara do Serginho Groisman...
Groisman - Na verdade, o programa tem uma estratégia muito
clara. O primeiro bloco é grande,
ocupa quase 50% do que vai ser o
programa inteiro. É ligado ao filme que passa antes, que tem uma
audiência forte. Então é bem popular, com atrações que mantenham as pessoas ligadas. Quando
entra o intervalo, o programa muda, dou uma relaxada com essa
coisa da audiência. O programa
tem duas metades bem diferentes.
Folha - Você divide o programa
naquilo que "tem que fazer" e no
que "gosta de fazer"?
Groisman - É, mas na parte que
"tenho que fazer" também há
muito que eu posso fazer, de um
jeito irônico... Mas é ruim ficar falando esse tipo de coisa. Isso é para ser percebido. Nunca poderia
fazer um programa só com o que
gosto. A TV deve ser transformadora, mas também dar satisfação
ao público. Para muita gente com
acesso à cultura, à educação, a TV
deve ser transformadora. Para
outros, dar lazer. A grande questão é conciliar o prazer com aquilo que você acha que pode mexer
com a cabeça do telespectador.
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