São Paulo, segunda-feira, 13 de novembro de 2000

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Obra na Espanha é a mais importante

DO ENVIADO AO RIO

Dentre todos os edifícios projetados por Frank O. Gehry, e não são poucos (Barcelona, Berlim, Praga...), não há dúvida: o mais importante é o museu Guggenheim de Bilbao, na Espanha. Inspirado nas formas de um navio, realizado em mármore e titânio, a construção tornou-se rapidamente o marco da cidade basca.
O edifício foi construído onde era um antigo depósito de carros usados. "Faz tanto tempo que o local foi definido, que nem me lembro se participei da decisão", diz Gehry.
Até então, ele não conhecia Thomas Krens. Convidado pelo diretor para participar da concorrência internacional, Gehry saiu-se vitorioso. Foi o início de oito anos de trabalho, cinco de projetos, três para a construção.
Havia muito descrédito no sucesso do empreendimento, afirma Juan Ignacio Vidarte, diretor do museu Guggenheim de Bilbao. Os US$ 75 milhões do custo da construção foram bancados por instituições públicas da cidade.
Vidarte esteve no Brasil, junto com a comitiva do Guggenheim que deu início ao estudo de viabilidade do museu no Brasil. Veio por sua experiência no mesmo tipo de grupo que aprovou a construção do museu na Espanha. Leia trechos da entrevista que Vidarte concedeu à Folha.

Folha - Após três anos de funcionamento, qual é o balanço que o sr. faz do Guggenheim de Bilbao?
Juan Ignacio Vidarte -
Bilbao tornou-se uma referência quando se fala de projetos culturais catalisadores de processos de mudanças de uma cidade. O projeto foi recebido com grande ceticismo e polêmica, o que era compreensível, porque foi pioneiro.

Folha - Qual foi o custo total da construção?
Vidarte -
Custou 14 bilhões de pesetas, o que, em valores atuais, significa US$ 75 milhões.

Folha - E o resultado?
Vidarte -
Já alcançamos cerca de 3,5 milhões de visitantes, cerca de 250% acima do esperado. A metade é composta por estrangeiros, sendo que seis, de cada sete, não são da região basca, o que gera um grande impacto econômico. Esse turismo cultural está gerando atividades econômicas induzidas, estimadas em US$ 500 milhões, com cerca de US$ 75 milhões convertidos em impostos, o que significa que as instituições públicas que financiaram o projeto já recuperaram o investimento.

Folha - E para a comunidade?
Vidarte -
O resultado é positivo. O museu tornou-se um pólo catalisador de mudanças na cidade, o que é um importante elemento de auto-estima, fundamental num processo de transformação. (FCy)





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