São Paulo, terça-feira, 13 de novembro de 2001

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Documentário ganha sala no Rio

DA ENVIADA AO RIO

A partir do ano que vem, Rio de Janeiro e São Paulo deverão ter salas de exibição dedicadas ao cinema documental.
O projeto não implica a construção de novos espaços, mas o redirecionamento da programação de cinemas já existentes.
No Rio, a sala do Instituto Moreira Salles, na Gávea, deverá estrear em março o novo perfil, exibindo "A Batalha do Chile", de Patricio Guzmán, sobre os últimos dias do governo do presidente socialista Salvador Allende (1970-73) e o golpe que o matou.
O filme é inédito no Brasil, e Guzmán será convidado a acompanhar sua projeção no país. "Cabra Marcado para Morrer" (1984), obra-prima do documentarista brasileiro Eduardo Coutinho, também deverá entrar em cartaz na programação de estréia.
O documentarista João Moreira Salles ("Notícias de uma Guerra Particular") fará, "a quatro mãos" com Adhemar de Oliveira, a programação da sala, que deverá contemplar "contemporâneos e clássicos da história do documentário e projetar em tela grande filmes nunca exibidos no Brasil", de acordo com o documentarista.
Em exemplos: "Mostras com obras de Flaherty, Vertov, Joris Ivens, Jean Rouch, o cinema social inglês, o cinema direto americano dos anos 60".
Antes de assumir uma programação exclusivamente composta por documentários, a sala deverá ter um período híbrido, mesclando filmes de ficção, para habituar paulatinamente o espectador.
Até que preencham toda a grade de horários, as sessões de documentários serão gratuitas ou terão ingressos cobrados a preço simbólico. A mesma estratégia deverá ser seguida em São Paulo, na sala 3 do Espaço Unibanco. "É uma tática para a formação de platéias, como a que adotamos em relação aos curtas", diz Oliveira. (SA)


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