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Documentário ganha sala no Rio
DA ENVIADA AO RIO
A partir do ano que vem, Rio de
Janeiro e São Paulo deverão ter salas de exibição dedicadas ao cinema documental.
O projeto não implica a construção de novos espaços, mas o
redirecionamento da programação de cinemas já existentes.
No Rio, a sala do Instituto Moreira Salles, na Gávea, deverá estrear em março o novo perfil, exibindo "A Batalha do Chile", de
Patricio Guzmán, sobre os últimos dias do governo do presidente socialista Salvador Allende
(1970-73) e o golpe que o matou.
O filme é inédito no Brasil, e
Guzmán será convidado a acompanhar sua projeção no país. "Cabra Marcado para Morrer"
(1984), obra-prima do documentarista brasileiro Eduardo Coutinho, também deverá entrar em
cartaz na programação de estréia.
O documentarista João Moreira
Salles ("Notícias de uma Guerra
Particular") fará, "a quatro mãos"
com Adhemar de Oliveira, a programação da sala, que deverá
contemplar "contemporâneos e
clássicos da história do documentário e projetar em tela grande filmes nunca exibidos no Brasil", de
acordo com o documentarista.
Em exemplos: "Mostras com
obras de Flaherty, Vertov, Joris
Ivens, Jean Rouch, o cinema social inglês, o cinema direto americano dos anos 60".
Antes de assumir uma programação exclusivamente composta
por documentários, a sala deverá
ter um período híbrido, mesclando filmes de ficção, para habituar
paulatinamente o espectador.
Até que preencham toda a grade
de horários, as sessões de documentários serão gratuitas ou terão ingressos cobrados a preço
simbólico. A mesma estratégia
deverá ser seguida em São Paulo,
na sala 3 do Espaço Unibanco. "É
uma tática para a formação de
platéias, como a que adotamos
em relação aos curtas", diz Oliveira.
(SA)
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