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"Party Monster" retrata cena
dos "club kids"
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO
Viver em constante estado
de euforia e se entregar aos
impulsos mais básicos. Para
eles, a vida era uma grande
farsa e só importava o glamour, a fama, o sucesso e o
dinheiro. Os "club kids" da
cena nova-iorquina do começo dos anos 90 -e clubbers hedonistas de qualquer
ponto do planeta- ganham
um retrato em "Party Monster", que abre hoje o festival
MixBrasil.
Macaulay Culkin, 23,
-longe das telas desde 1994
com o fiasco "Riquinho"-
faz o papel principal (e real),
o promoter, "rei club kid" e
bissexual Michael Alig. Com
planos de ser o novo Andy
Warhol (1928-1987), Alig
criou algumas das festas
mais comentadas do final
dos anos 80, sempre com temáticas ligadas a filmes de
terror. É dele a Disco 2000,
no clube Limelight, ou a
"Filthy Mouth" (Boca Suja),
premiação em que os participantes gritavam obscenidades em troca de dinheiro.
O "reinado" de Alig não foi
longe. Viciado em heroína e
outras drogas, o promoter
assassinou seu próprio traficante em um acesso de raiva.
"Quis criar um mundo colorido, onde todos pudessem brincar. Uma grande
festa que nunca termina",
diz o personagem de Culkin.
"Party" mostra nas entrelinhas que, enquanto Warhol
criou o conceito dos 15 minutos de fama, Alig foi um
mero candidato da teoria.
O séquito do promoter era
a sensação do underground.
Vestiam roupas extravagantes que mais pareciam fantasias e chegaram até a ser
convidados para turnês,
mesmo que eles não soubessem, a rigor, fazer nada.
Embalado por hits oitentistas e electro (Nina Hagen,
Dead or Alive, Miss Kittin,
Tones on Tail, Ladytron), o
filme traz ainda Marilyn
Manson como a drag Cristina, Chloë Sevigny ("Kids") e
Wilmer Valderrama, mais
conhecido por Fez, da série
"That 70's Show", que aqui
interpreta o namorado de
Alig, o DJ havaiano Keoki.
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