São Paulo, segunda-feira, 13 de novembro de 2006

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Pizzarelli volta com releituras de Frank Sinatra

Depois de homenagem a João Gilberto, norte-americano apresenta canções de seu novo álbum, ainda inédito no país

Em passagem pelo Brasil, músico faz temporada no Bourbon Street e toca com Orquestra Jazz Sinfônica no Memorial da América Latina

CARLOS CALADO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Desde sua estréia no Brasil, em 1996, John Pizzarelli vem ampliando seu fã-clube local com apresentações freqüentes.
Em 2004, o cantor e guitarrista lançou um álbum em tributo a João Gilberto e à bossa nova.
Desta vez, homenageia outra de suas influências musicais: o cantor Frank Sinatra.
"Vir ao Brasil é sempre excitante, mas fazer duas coisas diferentes será mais divertido ainda", diz o norte-americano, referindo-se à temporada de quatro noites que inicia hoje, no Bourbon Street, além do concerto que fará com a Orquestra Jazz Sinfônica, quarta-feira (dia 15), no Memorial da América Latina.
Em todas as apresentações, a platéia poderá ouvir algumas releituras de Pizzarelli para sucessos de Sinatra. Elas fazem parte de seu recém-lançado CD "Dear Mr. Sinatra" (Telarc), ainda inédito no Brasil.
"Sinatra é o melhor intérprete do grande cancioneiro norte-americano", diz o cantor. "Toda vez que você ouve os discos dele descobre alguma coisa nova. Isso é surpreendente".

Personalidade
Pizzarelli observa que a parceria com a orquestra de John Clayton, autor dos arranjos de seu álbum, foi fundamental para que ele conseguisse imprimir sua personalidade a essas novas versões para clássicos de Sinatra.
"Acho que fui feliz ao escolher uma banda tão boa como a de Clayton", elogia. "Isso permitiu que pudéssemos nos afastar de Sinatra e soar mais como nós mesmos. Eu não queria alguém tentando copiar os arranjos de Nelson Riddle".
O concerto com a Jazz Sinfônica inclui dois arranjos de Clayton para o álbum "Dear Mr. Sinatra": "Nice'n'Easy" e "Yes Sir, That's My Baby". O programa também destaca um arranjo de Quincy Jones ("In the Wee Small Hours") e sete de Don Sebesky, incluindo "Samba de Uma Nota Só" (Tom Jobim) e "Can't Buy Me Love" (Lennon & McCartney).

Entreter platéias
"A chave para se tocar com orquestra está nos arranjos. Tive arranjadores muito bons trabalhando para mim nestes anos, que souberam adaptar as orquestras ao meu jeito de cantar", diz Pizzarelli, dono de um estilo que combina elegância e bom humor. "Sou um músico de jazz que gosta de entreter as platéias", define-se.
Já nos shows do Bourbon Street (o de hoje é em benefício das obras assistenciais da Unibes), o guitarrista vai estar na companhia de seu grupo. "Com o quarteto, a música pode soar mais intimista. Já com a orquestra muita coisa acontece. São formatos bem diferentes", compara.
Com uma produção média de um disco por ano, Pizzarelli conta que já tem várias idéias, mas ainda não definiu como será seu próximo projeto. "Talvez seja um álbum de baladas com um quarteto de cordas".
E quais são os compositores que figuram nos planos de Pizzarelli para novos tributos musicais? "George Gershwin, Duke Ellington ou Johnny Mercer. Eu adoraria fazer outro projeto com uma orquestra, tocando obras deles", revela.


JOHN PIZZARELLI
Quando:
hoje, às 21h30; amanhã, quinta e sexta, às 21h e 23h30
Onde: Bourbon Street (r. dos Chanés, 127, Moema, tel. 11/5095-6100)
Quanto: R$ 160 e R$ 130 (hoje); de R$ 75 a R$ 135 (terça, quinta e sexta)

Quando: quarta, às 21h
Onde: Memorial da América Latina (av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda, tel. 11/3823-4600)
Quanto: R$ 50 e R$ 25 (estudantes)


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