Série, que estreia amanhã no Multishow, faz piadas com clichês teatrais

CLARICE CARDOSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As piadas curtas, os personagens meio estereotipados, as várias referências pop e a edição rápida não deixam dúvidas: "Quase Anônimos", que estreia amanhã no Multishow, é, ou tenta ser, uma sitcom (ou comédia de situação) brasileira. "Sempre gostamos do formato e resolvemos testá-lo no Brasil. E as características da sitcom, como ter só dois ou três cenários, ajudaram até pelo pouco dinheiro que tínhamos", diz o diretor Pedro Amorim.
Explorando clichês e estereótipos teatrais, a série usa ainda outro fator comum no gênero: unir um protagonista certinho a um cabeça oca. No caso, são os primos Malu e André, interpretados por Nina Morena, 29, e Pedro Henrique Monteiro, 27. Malu é uma atriz em início de carreira que atua em peças cabeça para plateias quase vazias.
Filha de Marília Pêra e de Nelson Motta, Morena diz ter passado pelas mesmas furadas. "Há muita competição. Claro que ser filha deles ajuda artisticamente e em algumas burocracias, mas continuo procurando meu próprio caminho." Quem desestabiliza a vida certinha de Malu é o primo, vivido por Pedro Henrique Monteiro, que decide também virar ator para "ver gente pelada".
"Por ele ser meio infantilizado, me deixa mais livre. Minha interpretação não é muito realista, é mais "clown"." Às vezes, a caricatura fica quase excessiva, o que pode ser proposital. "Deixamos os personagens meio cartunescos, um leve tom acima do real. Eles são quase como desenhos animados", afirma Amorim.
Mas não espere dar gargalhada após gargalhada. "O lance da sitcom é fazer rir, mas não rir o tempo todo. Ele faz você querer acompanhar os personagens. Mas também vamos acrescentar o humor aos poucos. Vai ficar cada vez mais absurdo."