São Paulo, sexta, 13 de novembro de 1998

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Bailarina sempre esteve ligada ao teatro

ANA FRANCISCA PONZIO
especial para a Folha

O Ballet do 4º Centenário começava a preparar sua estréia, em 1954, quando uma das integrantes do elenco, Márika Gidali, percebeu a sintonia profunda entre teatro e dança.
Nascida na Hungria, mas já radicada no Brasil, Márika ensaiava, na época, o balé "Uirapuru", uma coreografia de Aurelio Millos, com música do compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos, que marcaria a estréia da nova companhia durante os festejos do quarto centenário de São Paulo.
Segundo Márika, "Uirapuru" não era um balé centralizado na técnica da dança, mas na interpretação.
"Eu era uma bailarina de técnica forte, mas adorava interpretar. Ao dançar aquela obra, percebi um mundo que eu desconhecia, ou seja, a expressão teatral", lembra Márika.
Como um caminho sem volta, o teatro manteve-se presente no trabalho de Márika Gidali. Quando conheceu o diretor teatral Ademar Guerra, em 1964, os laços tornaram-se definitivos.
Coreografando ou fazendo assistência de direção, Márika participou de peças emblemáticas de Guerra, como "Mara/Sade" e "Hair", entre outras.
Nos anos 70, quando, ao lado de Décio Otero, Márika fez do Ballet Stagium a companhia de dança mais expressiva do Brasil na época, o vínculo com o teatro se refletiu no repertório do grupo, que chegou a dançar versões coreográficas de textos de Plínio Marcos.
Agora, de volta à direção teatral, na peça "Voltaire - Deus Me Livre e Guarde", de Oswaldo Mendes, que estréia hoje no Centro Cultural, Márika apenas mantém o fluxo de uma expressão que se confunde com sua trajetória.



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