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Bailarina sempre esteve ligada ao teatro
ANA FRANCISCA PONZIO
especial para a Folha
O Ballet do 4º Centenário começava a preparar sua estréia, em
1954, quando uma das integrantes
do elenco, Márika Gidali, percebeu
a sintonia profunda entre teatro e
dança.
Nascida na Hungria, mas já radicada no Brasil, Márika ensaiava, na
época, o balé "Uirapuru", uma coreografia de Aurelio Millos, com
música do compositor brasileiro
Heitor Villa-Lobos, que marcaria a
estréia da nova companhia durante os festejos do quarto centenário
de São Paulo.
Segundo Márika, "Uirapuru"
não era um balé centralizado na
técnica da dança, mas na interpretação.
"Eu era uma bailarina de técnica
forte, mas adorava interpretar. Ao
dançar aquela obra, percebi um
mundo que eu desconhecia, ou seja, a expressão teatral", lembra
Márika.
Como um caminho sem volta, o
teatro manteve-se presente no trabalho de Márika Gidali. Quando
conheceu o diretor teatral Ademar
Guerra, em 1964, os laços tornaram-se definitivos.
Coreografando ou fazendo assistência de direção, Márika participou de peças emblemáticas de
Guerra, como "Mara/Sade" e
"Hair", entre outras.
Nos anos 70, quando, ao lado de
Décio Otero, Márika fez do Ballet
Stagium a companhia de dança
mais expressiva do Brasil na época,
o vínculo com o teatro se refletiu
no repertório do grupo, que chegou a dançar versões coreográficas
de textos de Plínio Marcos.
Agora, de volta à direção teatral,
na peça "Voltaire - Deus Me Livre e
Guarde", de Oswaldo Mendes, que
estréia hoje no Centro Cultural,
Márika apenas mantém o fluxo de
uma expressão que se confunde
com sua trajetória.
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