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Morre, aos 85, Bettie Page, ícone dos anos 50
Atriz se consagrou no imaginário sexual americano em 1955, na "Playboy"
Longe da cena artística desde 1958, por conta de distúrbios mentais, Page voltou a ser notícia nos anos 80 e 90, na moda e filme
DA REPORTAGEM LOCAL
Ícone sexual dos anos 1950
nos EUA, considerada a "modelo do século" por Hugh Hefner,
dono da revista "Playboy" -para quem fez ensaio em 1955- a
atriz Bettie Page morreu anteontem, num hospital de Los
Angeles, vítima de pneumonia.
Ela estava com 85 anos.
Em comunicado divulgado
no site da atriz (www.bettiepage.com), seu agente, Mark
Roesler, disse que Page "morreu em paz", nove dias depois
de ter perdido a consciência
durante um ataque cardíaco.
Na nota, Roesler afirmou também que a atriz "capturou a
imaginação de uma geração de
homens e mulheres com seu
espírito livre e sensualidade
sem pudor". O enterro acontecerá na terça-feira, em Los Angeles, em cerimônia privada.
Nasce uma pin-up
Nascida em 22 de abril de
1923, em Nashville, Tennessee,
Bettie Mae Page vinha de uma
família pobre e tinha cinco irmãos. Segundo biografia em
seu site, foi rejeitada pela mãe e
seu pai a molestava.
Page atribuía ao cinema as
primeiras "lições" que teve para a carreira artística: "Fui rato
de cinema toda a minha vida.
Foi assim que comecei a aprender a posar, quando minhas irmãs me pediam para imitar as
fotos de estrelas dos filmes, que
tínhamos visto em revistas e
jornais", disse certa vez.
Page formou-se em 1944 em
artes, no Peabody College de
Tennessee, um feito incomum
para mulheres na época. Após
uma carreira frustrada como
professora, o que ela atribuía à
falta de concentração de seus
alunos diante de sua beleza, ela
mudou-se para San Francisco,
onde teve vários empregos como secretária.
Em 1945, ela finalmente conseguiu um teste em um estúdio
de Hollywood, em que contava
ter sido maquiada e penteada
como uma espécie de "caricatura" da atriz Joan Crawford.
Page também teria saído correndo do estúdio depois que
um produtor prometeu uma
carreira lucrativa em troca de
favores sexuais. Entre os magnatas de Hollywood, a quem
também se atribuía investidas
infrutíferas, estão Howard Hughes e Jack Warner.
Em 1947, já separada do primeiro marido, Page conheceu o
policial Jerry Tibbs, um fotógrafo amador que fez o primeiro portfólio da atriz. Com sua
franja curta, marca registrada,
posou para diversas publicações. Nunca trabalhou como
stripper, embora em três de
seus filmes o trabalho tenha sido sugerido: "Strip-O-Rama"
(53), "Varietease" (54) e "Teaserama" (55). A consagração
como "pin-up" (uma referência
às fotos de pôsteres que eram
penduradas) aconteceu em janeiro de 1955, quando posou
para "Playboy" com um gorro
de Papai Noel, e nada mais.
Casada e divorciada três vezes, Page desapareceu da cena
em 1958. Enfrentou problemas
com a lei por conta de comportamento violento atribuído a
distúrbios mentais. Décadas
depois, sua figura voltou a ser
incorporada ao imaginário da
moda (com a marca de jeans
Fiorucci) e no cinema (na adaptação da HQ "The Rocketeer").
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