São Paulo, sábado, 13 de dezembro de 2008

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Morre, aos 85, Bettie Page, ícone dos anos 50

Atriz se consagrou no imaginário sexual americano em 1955, na "Playboy"

Longe da cena artística desde 1958, por conta de distúrbios mentais, Page voltou a ser notícia nos anos 80 e 90, na moda e filme


DA REPORTAGEM LOCAL

Ícone sexual dos anos 1950 nos EUA, considerada a "modelo do século" por Hugh Hefner, dono da revista "Playboy" -para quem fez ensaio em 1955- a atriz Bettie Page morreu anteontem, num hospital de Los Angeles, vítima de pneumonia. Ela estava com 85 anos.
Em comunicado divulgado no site da atriz (www.bettiepage.com), seu agente, Mark Roesler, disse que Page "morreu em paz", nove dias depois de ter perdido a consciência durante um ataque cardíaco. Na nota, Roesler afirmou também que a atriz "capturou a imaginação de uma geração de homens e mulheres com seu espírito livre e sensualidade sem pudor". O enterro acontecerá na terça-feira, em Los Angeles, em cerimônia privada.

Nasce uma pin-up
Nascida em 22 de abril de 1923, em Nashville, Tennessee, Bettie Mae Page vinha de uma família pobre e tinha cinco irmãos. Segundo biografia em seu site, foi rejeitada pela mãe e seu pai a molestava.
Page atribuía ao cinema as primeiras "lições" que teve para a carreira artística: "Fui rato de cinema toda a minha vida. Foi assim que comecei a aprender a posar, quando minhas irmãs me pediam para imitar as fotos de estrelas dos filmes, que tínhamos visto em revistas e jornais", disse certa vez.
Page formou-se em 1944 em artes, no Peabody College de Tennessee, um feito incomum para mulheres na época. Após uma carreira frustrada como professora, o que ela atribuía à falta de concentração de seus alunos diante de sua beleza, ela mudou-se para San Francisco, onde teve vários empregos como secretária.
Em 1945, ela finalmente conseguiu um teste em um estúdio de Hollywood, em que contava ter sido maquiada e penteada como uma espécie de "caricatura" da atriz Joan Crawford.
Page também teria saído correndo do estúdio depois que um produtor prometeu uma carreira lucrativa em troca de favores sexuais. Entre os magnatas de Hollywood, a quem também se atribuía investidas infrutíferas, estão Howard Hughes e Jack Warner.
Em 1947, já separada do primeiro marido, Page conheceu o policial Jerry Tibbs, um fotógrafo amador que fez o primeiro portfólio da atriz. Com sua franja curta, marca registrada, posou para diversas publicações. Nunca trabalhou como stripper, embora em três de seus filmes o trabalho tenha sido sugerido: "Strip-O-Rama" (53), "Varietease" (54) e "Teaserama" (55). A consagração como "pin-up" (uma referência às fotos de pôsteres que eram penduradas) aconteceu em janeiro de 1955, quando posou para "Playboy" com um gorro de Papai Noel, e nada mais.
Casada e divorciada três vezes, Page desapareceu da cena em 1958. Enfrentou problemas com a lei por conta de comportamento violento atribuído a distúrbios mentais. Décadas depois, sua figura voltou a ser incorporada ao imaginário da moda (com a marca de jeans Fiorucci) e no cinema (na adaptação da HQ "The Rocketeer").


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