São Paulo, quarta, 14 de janeiro de 1998.



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Carrol por Infante

"Carrol foi -e é- um dos grandes escritores ingleses, um humorista que os cientistas levam muito a sério quando se referem a seus jogos de palavras, suas parábolas, um religioso com uma carreira mundana, um tartamudo eloquente, um professor de lógica matemática cuja criação é um enorme nonsense, um fotógrafo dos maiores de seu tempo e um péssimo desenhista, um homem com agudo sentimento visual que se exprimia melhor pela palavra escrita, uma amante das crianças (mas ele mesmo declarava que neste amor não incluía os meninos: pedófilo, mas não pederasta) e um solteirão empedernido que teria casado com uma menina ou duas se elas lhe tivessem prometido formalmente jamais crescer e passa a lua-de-mel na Terra do Nunca."

Texto de Gabriel Cabrera Infante sobre Lewis Carrol publicado no jornal "El País"

"No pano de fundo dos sonhos de Lewis Carrol oculta-se uma resignada e sorridente melancolia; a solidão de Alice entre seus monstros talvez reflita a do celibatário que teceu a inesquecível fábula. A solidão de um homem que não se atreveu jamais a enfrentar o amor e que não teve outros amigos a não ser algumas meninas que o tempo lhe foi roubando, nem teve outro prazer a não ser a fotografia, que naquela época era desprezada".

Texto de Jorge Luis Borges sobre Lewis Carrol publicado no jornal "El País"



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