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CINEMA
Projetos de Tarantino e Anthony Minghella devem ficar com a empresa dos irmãos Weinstein
Walt Disney e Miramax negociam divórcio
LAURA M. HOLSON
DO "NEW YORK TIMES", EM LOS ANGELES
Quando a indústria cinematográfica se reunir para brindar os
vencedores e derrotados no Globo de Ouro, domingo à noite, no
Beverly Hilton, o drama mais comentado de Hollywood talvez seja a separação entre Bob e Harvey
Weinstein, co-fundadores da Miramax, e a Walt Disney.
Executivos da Disney e representantes da Miramax, controlada pela empresa sediada em Burbank, devem se reunir esta semana ou na semana que vem para
discutir que projetos criativos os
irmãos Weinstein poderiam levar
quando saírem da Disney.
Harvey Weinstein pediu para
manter os projetos que envolvem
cineastas mais próximos dele, segundo três negociadores envolvidos nas discussões: um filme ainda sem título de Quentin Tarantino e um projeto adaptado por
Anthony Minghella.
As duas partes reconheceram
que os filmes a serem dirigidos
por cineastas leais aos Weinstein
talvez não sejam produzidos na
Disney caso Harvey Weinstein
não esteja envolvido. A Disney
parece disposta a vender esses
projetos aos Weinstein, disseram
os negociadores. Resta determinar o preço, e se a Disney manterá
participação nos projetos.
As discussões não se limitam
aos numerosos filmes já concluídos e roteiros em produção, mas
incluem livros, programas de televisão e peças que interessam aos
Weinstein. "Talvez seja um divórcio, mas é um divórcio com filhos", disse um dos negociadores.
Representantes da Disney e da
Miramax se recusaram a comentar a separação. Matthew Hiltzok,
porta-voz da Miramax, disse que
"o foco dos Weinstein é continuar
maximizando a lucratividade de
seus filmes e chegar a uma solução amigável com a Disney".
As duas partes estão negociando há mais de um ano para resolver sua disputa quanto à prorrogação dos contratos dos Weinstein, pela Disney, para além de setembro de 2005. A Disney adquiriu a Miramax dos irmãos em
1993, por US$ 80 milhões. A subsidiária, no passado conhecida
por filmes pequenos e independentes, vem desde então produzindo projetos recheados de astros e ganhadores do Oscar como
"Shakespeare Apaixonado", bem
como material de grande popularidade como a série "SpyKids",
realizada pela Dimension Films,
uma unidade do grupo.
Diversas alternativas de parceria entre Disney e Miramax foram
exploradas, incluindo um plano,
depois abandonado, sob o qual
Bob Weinstein, irmão de Harvey
e responsável pela bem-sucedida
Dimension Films, ficaria na Disney enquanto o irmão sairia para
formar empresa separada.
Em novembro, a Disney estava
inclinada a uma separação, enquanto preparava documentos
para apresentação às autoridades
financeiras sobre a composição
da companhia. Mas nos documentos apresentados em dezembro, não havia menção a uma
possível separação, ainda que a
Disney afirmasse que seu investimento na Miramax não continuaria "no mesmo nível" depois que
os contratos dos Weinstein expirassem. A Miramax pós-Weinstein teria orçamento da ordem de
quase US$ 300 milhões, segundo
executivos da Disney.
Alguns dos envolvidos estimam
que a Disney pagaria aos Weinstein mais de US$ 100 milhões, incluindo bônus, no final de seus
contratos. A Disney, disseram os
negociadores, não exigirá que eles
assinem uma cláusula que os
proibiria de concorrer com ela, algo que os estúdios de cinema
muitas vezes exigem quando liberam executivos antes do fim do
contrato. Mas quem fica com o
nome Miramax, derivado dos nomes dos pais dos Weinstein, Miriam e Max? Os dois negociadores
alegam que as partes haviam concordado em não discutir se os
Weinstein poderiam comprar o
nome de volta antes que todos os
itens tivessem sido acertados.
Tradução de Paulo Migliacci
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