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"Quero ser lindo", sonha apresentador
Da turma de Lázaro Ramos, Zéu Britto lança programa no Canal Brasil e participa de "A Grande Família - O Filme"
Mais à vontade no papel de cantor do que como ator, ele diz que "música é visceral"; no cinema, ele roda em breve "A Guerra dos Rocha"
LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL
O ator e cantor José Carlos
Britto, o Zéu Britto, 29, já encarnou vilão, louco e até vendedor de caixão nas andanças por
cinema e TV. Mas, para se sentir realizado na dramaturgia,
falta um tipo que Lázaro Ramos e Wagner Moura, seus colegas da "safra" baiana revelada
no início desta década, já interpretaram. "O meu sonho é ser
galã. Não importa ser monstro
sagrado [da dramaturgia]. Quero ser lindo", brinca.
Olhos arregalados, nariz protuberante e bom humor de sobra, Britto faz parte da "turma"
descoberta pelos diretores globais João Falcão e Guel Arraes
(criadores da série "Sexo Frágil", na qual o ator fez algumas
participações).
Enquanto o convite para ser
o queridinho da vez do mulherio não vem, Britto investe em
outras frentes: no próximo dia
26, surge em "A Grande Família - O Filme" como o porteiro
do baile em que Nenê e Lineu
dançam juntos pela primeira
vez.
E, a partir das 20h30 de hoje,
apresenta, no Canal Brasil, o
"Retalhão", colagem de depoimentos de intelectuais, curtas-metragens e videoclipes enviados pelo público. Com intervenções gravadas da Central do
Brasil ao mercado de São Cristóvão, Britto faz o elo entre os
quadros.
A função de "âncora" não é
novidade para ele, que já apresentou uma faixa de curtas no
Canal Brasil e participa da cobertura do Carnaval baiano na
TV Globo há quatro anos. Se
depender de Britto, aliás, o "Retalhão" fará uma escala em sua
terra natal. "Gostaria de mostrar terreiros de candomblé."
Apesar do interesse, os cânticos em louvor aos orixás não
inspiram suas músicas. Camaleônico, ele oscila entre um Lupicínio Rodrigues hardcore
(com a dor-de-cotovelo revanchista de "Eu queria ter uma
vela acesa/ Pra queimar Soraya/ Pra ver torrar seu coro"), o
romantismo sadomasô (em
"Vou queimar teu peito com isqueiro") e o besteirol ("Mirabel
só aceita amanteigado/ Mirabel acha cream cracker ultrapassado"). "É visceral, indomável", diz Britto sobre sua relação com a música. "Quando sou
convidado a trabalhar só como
ator, ainda fico nervoso. Para
mim, é uma loucura", compara.
São ou não, o fato é que ele
será visto em breve em filmes
como a comédia "A Guerra dos
Rocha", de Jorge Fernando, e
"Saneamento Básico", o novo
de Jorge Furtado (outro "padrinho" da confraria baiana),
além de cair na estrada com o
show do CD "Saliva-me".
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