São Paulo, segunda-feira, 14 de fevereiro de 2000


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La Fura abordará "teatro virtual"

free-lance para a Folha


A subversão do espaço cênico, a autonomia do ator-autor e a ruptura na condição voyeur do espectador são algumas características do "linguaje furero", como o La Fura dels Baus costuma definir seu estilo. O diretor do grupo catalão, Carlos Padrissa, é um dos convidados do 2º Ecum.
Sua conferência faz parte do tema "Realidade e Tendências: O Teatro Além do Teatro". Em entrevista à Folha, por telefone, Padrissa, 40, adiantou que abordará um conceito que vem trabalhando desde a montagem de "MTM" (94). "Eu quero falar do teatro digital, da soma que é a energia livre do ator com os bits. É uma forma de discutir a noção de realidade e fantasia no cotidiano, e o teatro é terreno propício para isso", explica.
O último trabalho do La Fura, "F@usto Versión 3.0", assim como o próximo, "OBS", também envereda pela pesquisa sobre a virtualidade no final do milênio.
Na concepção do encenador, que foi um dos fundadores do grupo, 17 anos atrás, a sociedade da imagem impõe um aceleramento da percepção. "Só que o mundo não está tão maravilhoso assim", pondera.
Um dos "patrimônios" do La Fura, acredita o diretor, é a mentalidade constantemente aberta para experimentar o novo. O que não implica submissão incondicional aos modismos. Ao contrário, por vezes apropria-se desses para criticá-los.
Na conversa com o público no Ecum, Padrissa estará acompanhado por mais dois atores. Haverá uma performance-surpresa durante o encontro. O que já deixa os participantes em polvorosa.
"O público fica instigado com a sensação de que controla o perigo diante de uma ameaça. É uma reação bioquímica, de adrenalina, como acontece com a multidão que corre do touro em algumas regiões da Espanha", conta.
Uma autodefinição, encontrada na página oficial do grupo na Internet, ajuda e entendê-lo. "La Fura dels Baus não se encaixa em nenhum gênero: é solteiro, andrógino e ronca à noite." (VS)


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