|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MÚSICA
Com experiência de dez anos no circuito underground de Maceió, a dupla Aldo e Juninho lança um CD independente
Sonic Júnior mostra a batida eletrônica de Alagoas
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
A nova música brasileira também vem das Alagoas. Música eletrônica feita na groovebox, mas
com fartos elementos brasileiros,
é a base da dupla Sonic Júnior,
que lança neste começo de século
seu primeiro disco, homônimo.
Os Sonic Júnior são Juninho
(voz, programações e bateria), 26,
e Aldo Jones (guitarra, violão e
backing vocal), 24. Apesar da
pouca idade, ambos já têm cerca
de dez anos de estrada no circuito
underground de Maceió.
Juninho, o mentor do Sonic Júnior, integrava a banda Living in
the Shit, popular no circuito independente nordestino dos anos 90.
Em 99, chamou o amigo Aldo
Jones para formar a dupla ("eu via
que faltava algo, era a guitarra").
Aldo conta sua história anterior:
"Toquei com meio mundo em
Maceió, mas tocava rock pesado.
Depois arrumei um rack de efeitos, conheci Juninho e vi que estava meio morgado com o som pesado, querendo colocar umas coisas mais loucas".
Quanto ao nome, Juninho tenta
afastar a associação com o Sonic
Youth: "Sonic é por causa do barulho, e Júnior é porque é meu
nome. Não tem nada a ver como
Sonic Youth, apesar de eu adorar
a banda".
Enumera as influências da dupla: "É muito groove, uma mistura de funk, soul e batidas quebradas. Ouvimos Banda Black Rio,
Pedro Luís e A Parede, Jorge Ben,
Eddie, Nação Zumbi, Medeski,
Martin & Wood, Manu Chao".
Ele não nega, também, que o
mangue beat pernambucano haja
colaborado para dar visibilidade à
música alternativa de Alagoas:
"Pegamos o início do movimento
com o Living in the Shit, tocamos
muito em Recife no começo".
Aldo não parece concordar. "As
pessoas podem até achar que nosso som lembra mangue beat, mas
é porque é Nordeste, tem o mesmo sotaque, a galera ouviu as
mesmas coisas. Mas não tem
muito a ver, Jorge Ben é que é a
unanimidade na banda", diz, citando Limp Bizkit, Deftones e
Beck como influências adicionais.
Aldo fala da cena alagoana: "Há
muita banda legal, fazendo som
diferente em vários estilos -regional, mangue, um pouco de tudo. O que falta é a galera deixar a
acomodação, sair de lá".
Juninho explica o lançamento
pelo selo independente Nikita:
"Não viemos na intenção de chegar a grandes gravadoras. O CD,
gravado no meu estúdio em Maceió, foi a Nikita que botou fé, logo que ouviu".
Texto Anterior: Fashionistas Próximo Texto: Crítica: Som suingado e letras telegráficas dão o tom Índice
|