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MÚSICA
Segundo a organização, sétima edição do evento reuniu cerca de 40 mil pessoas em quatro dias de shows no Recife
Cordel encanta público no Rec Beat 2002
RODRIGO DIONISIO
ENVIADO ESPECIAL A RECIFE
Terminou anteontem, com uma
impressionante apresentação do
grupo Cordel do Fogo Encantado,
a sétima edição do Festival Rec
Beat, em Recife (PE). Segundo a
organização do evento, cerca de
10 mil pessoas compareceram a
cada uma das quatro noites de
shows, entre sábado e terça-feira,
das 19h30 à 1h30.
Esse número inclui o público
"flutuante", já que o festival foi
realizado na rua da Moeda, no
centro velho da cidade, com entrada franca. Entretanto, no encerramento, a impressão era que
efetivamente 10 mil espectadores
estavam diante do palco, pois a
rua do evento e parte de sua transversal estavam lotadas.
Este ano, o Rec Beat contou com
um dia a menos de espetáculos,
em relação a 2001, quando o festival teve cinco dias de atrações. A
explicação para essa "míngua",
segundo a organização, está no
esquema adotado pela prefeitura
para o financiamento da programação de Carnaval.
Recife foi dividida em pólos, nos
quais eram realizados shows
(num deles, o Pólo Mangue, aconteceu o festival). Uma empresa foi
escolhida, por licitação pública,
para montar a estrutura dos variados eventos e ganhou o direito
sobre a exploração de publicidade
nos mesmos. Sem patrocinadores
além da própria prefeitura do
município, que contribuiu com
R$ 180 mil, o Rec Beat ficou ainda
menor (em sua criação, o festival
contava com sete noites).
"O ideal seria ter cinco dias, sete
era demais. Para o próximo ano,
pretendo expandir a capacidade
de captação e, para o futuro, fazer
o festival deixar de ser apenas musical, incluindo atrações circenses
e teatrais", afirma Antônio Gutierrez, idealizador e organizador
do Rec Beat.
Uma novidade, já implantada
este ano, foi a criação de uma tenda eletrônica, com desfiles de moda antes dos shows no palco principal e apresentação de DJs, como
Patife e Dolores, depois. Ao todo,
foram realizados 32 shows.
Entre as bandas iniciantes, a que
chamou mais atenção e fez uma
das melhores apresentações foi a
Casa de Farinha, de Brasília (leia
texto nesta página).
Da lista de artistas conhecidos,
como Trio Mocotó, Otto, Devotos
e Xis, o destaque fica com o Cordel do Fogo Encantado. Seguramente foi o maior e mais empolgado público do festival.
À véspera de entrar em estúdio
para gravar seu segundo CD, o
Cordel apresentou cinco composições novas e foi a única banda a
conceder um (curto) bis.
"A gente tem por princípio não
gravar nada antes de apresentar
para o público. Depois do Rec
Beat, nós vamos fazer uma série
de shows pelo interior e em seguida entraremos em estúdio. O disco deve sair em julho", diz o vocalista do grupo, Lirinha.
Pelo que foi possível perceber
de composições como "Palhaço"
e "Matadeira", o Cordel ganhou
muito em peso e velocidade, apesar de manter a fórmula de voz,
percussão e um violão/viola.
"Desde o primeiro trabalho, nós
saímos de Arco Verde [cidade do
sertão pernambucano e berço do
grupo", mudamos para São Paulo, fizemos shows no exterior. É o
cordel no mundo, em condição
de retirante, tendo contato com
seres humanos, e não apenas códigos regionais", explica Lirinha.
O jornalista Rodrigo Dionisio viajou a
convite da organização do Rec Beat
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