São Paulo, quinta-feira, 14 de fevereiro de 2002

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MÚSICA

Segundo a organização, sétima edição do evento reuniu cerca de 40 mil pessoas em quatro dias de shows no Recife

Cordel encanta público no Rec Beat 2002

RODRIGO DIONISIO
ENVIADO ESPECIAL A RECIFE

Terminou anteontem, com uma impressionante apresentação do grupo Cordel do Fogo Encantado, a sétima edição do Festival Rec Beat, em Recife (PE). Segundo a organização do evento, cerca de 10 mil pessoas compareceram a cada uma das quatro noites de shows, entre sábado e terça-feira, das 19h30 à 1h30.
Esse número inclui o público "flutuante", já que o festival foi realizado na rua da Moeda, no centro velho da cidade, com entrada franca. Entretanto, no encerramento, a impressão era que efetivamente 10 mil espectadores estavam diante do palco, pois a rua do evento e parte de sua transversal estavam lotadas.
Este ano, o Rec Beat contou com um dia a menos de espetáculos, em relação a 2001, quando o festival teve cinco dias de atrações. A explicação para essa "míngua", segundo a organização, está no esquema adotado pela prefeitura para o financiamento da programação de Carnaval.
Recife foi dividida em pólos, nos quais eram realizados shows (num deles, o Pólo Mangue, aconteceu o festival). Uma empresa foi escolhida, por licitação pública, para montar a estrutura dos variados eventos e ganhou o direito sobre a exploração de publicidade nos mesmos. Sem patrocinadores além da própria prefeitura do município, que contribuiu com R$ 180 mil, o Rec Beat ficou ainda menor (em sua criação, o festival contava com sete noites).
"O ideal seria ter cinco dias, sete era demais. Para o próximo ano, pretendo expandir a capacidade de captação e, para o futuro, fazer o festival deixar de ser apenas musical, incluindo atrações circenses e teatrais", afirma Antônio Gutierrez, idealizador e organizador do Rec Beat.
Uma novidade, já implantada este ano, foi a criação de uma tenda eletrônica, com desfiles de moda antes dos shows no palco principal e apresentação de DJs, como Patife e Dolores, depois. Ao todo, foram realizados 32 shows.
Entre as bandas iniciantes, a que chamou mais atenção e fez uma das melhores apresentações foi a Casa de Farinha, de Brasília (leia texto nesta página).
Da lista de artistas conhecidos, como Trio Mocotó, Otto, Devotos e Xis, o destaque fica com o Cordel do Fogo Encantado. Seguramente foi o maior e mais empolgado público do festival.
À véspera de entrar em estúdio para gravar seu segundo CD, o Cordel apresentou cinco composições novas e foi a única banda a conceder um (curto) bis.
"A gente tem por princípio não gravar nada antes de apresentar para o público. Depois do Rec Beat, nós vamos fazer uma série de shows pelo interior e em seguida entraremos em estúdio. O disco deve sair em julho", diz o vocalista do grupo, Lirinha.
Pelo que foi possível perceber de composições como "Palhaço" e "Matadeira", o Cordel ganhou muito em peso e velocidade, apesar de manter a fórmula de voz, percussão e um violão/viola.
"Desde o primeiro trabalho, nós saímos de Arco Verde [cidade do sertão pernambucano e berço do grupo", mudamos para São Paulo, fizemos shows no exterior. É o cordel no mundo, em condição de retirante, tendo contato com seres humanos, e não apenas códigos regionais", explica Lirinha.


O jornalista Rodrigo Dionisio viajou a convite da organização do Rec Beat

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