São Paulo, segunda-feira, 14 de fevereiro de 2005

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FILMES E TV PAGA

Meu Irmão, o Porco
Record, 14h.
 
(My Brother, the Pig). EUA, 1999, 92 min. Direção: Erik Fleming. Com Scarlet Johansson, Judge Reinhold. Menino insolente é transformado em porco durante ausência dos pais. Quem acaba tendo que pagar o pato é a irmã, que viaja até o México para ver se ele volta ao normal antes que os pais saibam do sucedido.

Meu Primeiro Amor
Globo, 15h40.
  
(My Girl). EUA, 1991, 98 min. Direção: Howard Zieff. Com Macaulin Culkin, Anna Chlunsky, Dan Aykroyd, Jamie Lee Curtis, Richard Masur. Enquanto o pai (o viúvo Aykroyd) se apaixona por outra mulher, sua filha (Anna Chlunsky) atira-se nos braços do primeiro mocinho que encontra, no caso Macaulin Culkin, que chega mal à adolescência. Chlunsky salva os móveis.

Histeria
Globo, 22h10.
  
(Shriek if You Know what I Did Last Friday...). EUA, 2000, 86 min. Direção: John Blanchard. Com Tiffani-Amber Thiessen, Shirley Jones. Paródia dos filmes de terror em que um assassino tenta dar cabo dos estudantes de uma escola.

Mulheres à Vista
Globo, 1h45.

Brasil, 1959, 87 min. Direção: J. B. Tanko. Com Zé Trindade, Grande Otelo, Consuelo Leandro, Renato Restier, Estelita Bell, Carlos Imperial, Emilinha Borba. Escrito por Chico Anysio e Victor Lima. Disposto a tudo para montar um musical, malandro metido a empresário teatral dá uma série de golpes, além de se meter com uma viúva rica. Comédia. Preto e Branco.

Divas
SBT, 2h15.
 
(Divas). EUA, 1995. Direção: Thomas Carter. Com Khalil Kain, Lisa Carlson, Nicole Ari Parker. Empresário lidera grupo de quatro cantoras em busca do sucesso na extremamente competitiva indústria da disco. Feito para TV. Só para São Paulo.

Gladiador, o Desafio
Globo, 3h35.
 
(Gladiator). EUA, 1992, 98 min. Direção: Rowdy Herrington. Com James Marshall, Cuba Good Jr., Robert Loggia. Dois jovens pobres topam participar de lutas de boxe clandestinas, a fim de ajudar suas famílias. Ao que tudo indica, o desafio a que se refere o título talvez seja o de conseguir assistir ao filme por mais de cinco minutos.

A Volta da Montanha Enfeitiçada
SBT, 4h20.
  
(Return from Witch Mountain). EUA, 1978, 90 min. Direção: John Hough. Com Christopher Lee, Bette Davis, Ike Eisenmann. Irmãos extraterrestres capturam garoto com fantástico poder mental, a fim de usar seus poderes em favor de seus próprios objetivos. Disney com dois veteranos de peso. Só para São Paulo. (IA)

Deneuve dá rosto à ambigüidade

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

O que um filme tem de mais fascinante é que, embora digamos, em certos casos, que ele é "de fulano" ou de "beltrano", isso diz respeito à concepção geral das coisas.
Um filme se faz de todos os elementos que entram nele. Um diretor como Luis Buñuel poderia intuir que Catherine Deneuve era a intérprete ideal de "Belle de Jour" (Telecine Classic,1h55), mas isso é tudo.
A partir de certo ponto há o corpo da atriz, seu rosto, seus gestos. O mistério dessa bela é só dela e de Deneuve. Nunca saberemos com certeza o que a leva a buscar o prazer com outros homens que não o marido, por exemplo. Isso é por conta de Buñuel, que não deixa o sentido assentar, domesticar-se. Mas a diabólica ambigüidade a que chega o personagem nunca existiria sem sua atriz.

DOCUMENTÁRIO

Joffily filma a vocação de jovens cristãos

COLUNISTA DA FOLHA

Ao lado de "Santo Forte" (1999), de Eduardo Coutinho, e "Fé" (1999), de Ricardo Dias, "O Chamado de Deus" (2001), de José Joffily, forma uma trinca de documentários brasileiros recentes sobre religião. Os três se complementam.
O longa de Coutinho se concentra na vivência cotidiana da religiosidade numa favela carioca e o de Dias é um amplo painel das crenças em vigor no país. "O Chamado de Deus", por sua vez, é uma investigação sobre o que leva jovens de diversas origens a abraçarem, nos dias de hoje, a vocação religiosa católica.
Para buscar uma visão abrangente e equilibrada do tema, Joffily acompanhou os casos de seis jovens, três deles ligados à chamada "teologia da libertação" e os outros três vinculados ao movimento Renovação Carismática, mais conservador.
Joffily se aproxima de seus personagens -cinco rapazes e uma moça- com uma curiosidade sincera e um respeito escrupuloso. Pode-se presumir, pelo histórico do diretor ou por suas declarações públicas, que sua simpatia pende para o lado dos jovens mais comprometidos com as mudanças sociais. Mas isso não transparece no filme.
Todos os retratados são vistos em sua relação com a família, com os amigos e com os estudos nesse difícil momento da juventude em que devem optar pelo "serviço de Deus", com todos os sacrifícios e renúncias que isso implica. Cada um deles tem tempo para expor suas razões.
Mas o filme não se limita a isso. Dá um passo adiante ao confrontar os dois grupos, fazendo com que um comente o discurso do outro, sem tomar partido. Até o padre Marcelo é deixado à vontade para se ridicularizar sozinho.
É, em suma, um documentário em que o formato clássico praticamente se impõe, dada a delicadeza de seu objeto. Tolerância e humanismo raros nestes tempos de cinismo. (JOSÉ GERALDO COUTO)


O CHAMADO DE DEUS. Quando: hoje, às 20h e amanhã, às 17h, no Canal Brasil.


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