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Concretismo vê seu divergente
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos aspectos mais relevantes da exposição "Forma: Brazil" é
o encontro de dois rios "divergentes" da arte brasileira. O concretismo e neoconcretismo de Geraldo de Barros e Lygia Pape farão a
"pororoca" em Nova York.
O fotógrafo paulista, saudado
por críticos como Herkenhoff como "um monumento", participou do núcleo original do primeiro movimento de arte concreta,
junto a nomes como Waldemar
Cordeiro e Luiz Sacilotto.
Influenciados pelos trabalhos
do suíço Max Bill, eles criaram em
meados da década de 50 uma arte
que aspirava à vanguarda como
consequência de um projeto racional, usando sobretudo formas
geométricas simples.
"Era um movimento mais europeu, mais racionalista", diz Fabiana de Barros, filha de Geraldo, artista e pesquisadora.
Em 1959, um grupo de artistas
radicados no Rio, entre eles Lygia
Pape (além de Lygia Clark e Hélio
Oiticica), assina o manifesto neoconcreto buscando uma ênfase
nos sentidos e uma interação
maior do espectador com a arte e
da arte com a vida.
"Eles não se davam bem", lembra Fabiana, sobre a relação dos
concretos e neoconcretos, que
acompanhou de perto.
"Eu pessoalmente não tinha essa idéia", explica Lygia Pape,
"mas achávamos sim que havia
um excesso de racionalidade".
Mas a artista, que prepara exposição de novos trabalhos para
maio, na galeria Camargo Vilaça,
em São Paulo, diz que isso é tudo
passado. "Hoje, historicamente
falando, acho que os concretos
têm um grande interesse."
Para ajudar a compreendê-los,
haverá a projeção do documentário "Sobras em Obras: Geraldo de
Barros", do suíço Michel Favre.
Premiado no Brasil, na Suíça e
na Hungria, o filme sobre o fotógrafo paulista morto em 1998 será
exibido depois da palestra de Herkenhoff e Pape.
(CEM)
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