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São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 2003

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RUÍDO

MinC ensaia diálogo com campanha de DJs

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

DJs paulistanos que desenvolvem campanha contra a supertaxação de sua ferramenta de trabalho (os discos de vinil importados) receberam, no fim de semana passado, na Galeria Ouro Fino, visita de emissário extra-oficial do ministro Gilberto Gil, o antropólogo Hermano Vianna.
Segundo ele, a conversa foi informal, mas resultou numa decisão prática: "Os representantes dos DJs vão escrever o projeto de sua campanha para entregar ao Ministério da Cultura".
O DJ Marcos Morcerf, que lidera a mobilização, confirma: "A reunião foi informal, mas muito proveitosa. Nossa intenção agora é levar a campanha ao MinC e ao Poder Legislativo".
O encontro foi intermediado pela Coordenadoria da Juventude da Prefeitura de São Paulo, que já apóia o movimento. Segundo Morcerf, Vianna irá inclusive auxiliar na revisão do documento de pedido de atenção à questão, a ser encaminhado ao MinC.
O grupo atualmente luta pela disseminação da campanha, inclusive pela internet (http://sites.uol.com.br/provinyl/). "Os DJs são um pólo de trabalho para a juventude. É trabalho, cultura e lazer, existe coisa melhor?", justifica/indaga Morcerf.

O NÃO-LANÇAMENTO

Na esteira colocada a rolar por Celly Campello, a aguda e pequena Cleide Alves teve destaque no início dos anos 60, primeiro como crooner do grupo Renato e Seus Blue Caps e, em seguida, com um repertório próprio que era em grande parte formado por versões e composições originais (e hoje desconhecidas) de Roberto e Erasmo Carlos. "Brotinho Transviado", "Beijo Quente", "Cara de Pau" e "Mamãe Acha que É Normal" eram alguns dos títulos prafrentex do trio. A jovem guarda ainda não virara grife, e então a mocinha ia de "Twist, Hully Gully & Cleide Alves", em 1963, o mesmo ano da primeira disparada de Roberto Carlos. A gravadora era a nacional RGE, hoje pertencente à Som Livre (e à Globo) -ou seja, em termos fonográficos está na terra de ninguém.

VISITA AO CANTOR
Ainda sem novo presidente anunciado, a Associação Brasileira dos Produtores de Discos irá pela primeira vez ao encontro do ministro Gilberto Gil na próxima quarta. A pauta deve centrar-se na cobrança de empenho do governo no combate à pirataria.

JESÚS SALVA
A exemplo da Sony, a Universal brasileira coloca um estrangeiro na presidência. Será o espanhol Jesús Lopez, atual chefe para a América Latina, com sede em Miami. A gravadora diz que é em caráter "temporário", mas escorrega sobre o significado do termo. "Essa presidência é temporária, e as decisões que virão no futuro certamente serão muito bem conduzidas por Jesús e todos da Universal Brasil", diz o presidente que sai, Marcelo Castello Branco.

NO GRAMOFONE
A EMI recupera uma pequena fatia de seu catálogo de discos de dez polegadas -vinis anteriores ao LP, que nos anos 50 abrigavam em geral quatro faixas de cada lado. Cada um dos dez CDs da série reunirá dois vinis originais de Dorival Caymmi, Dalva de Oliveira, Mario Reis, Francisco Alves, Isaura Garcia e outros. Saem no final do mês.

psanches@folhasp.com.br


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