São Paulo, domingo, 14 de março de 2004

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TELEVISÃO

"As 50 Leis do Amor", escrito pelos mesmos autores do extinto seriado, também explora formato com esquetes

"Fantástico" acolhe novo "Os Normais"

CLÁUDIA CROITOR
FREE-LANCE PARA A FOLHA, DO RIO

É como se Vani estivesse grávida de Rui, esperando o filho para breve, um domingo de março. No próximo dia 28, a Globo coloca no ar o primeiro "filhote televisivo" do seriado "Os Normais", um dos maiores sucessos de audiência da emissora, que terminou no ano passado e neste ano deve ganhar seu segundo longa-metragem.
O filhote chama-se "As 50 Leis do Amor" e, pelo menos no início, virá em forma de um quadro no "Fantástico". É escrito pela dupla criadora de "Os Normais", o casal Alexandre Machado e Fernanda Young, e dirigido por José Alvarenga Jr., diretor do seriado. Vai misturar o formato "sitcom" com esquetes vistos nos programas de humor tradicionais, como os antigos "Satiricon" e "Faça Humor, Não Faça Guerra".
"Não acho que o quadro seja semelhante aos "Normais", mas é compreensível que as pessoas façam comparações e tenham expectativas. Claro que há algumas semelhanças, como um humor de observação das pessoas urbanas. Mas a gente quer fazer coisas diferentes, testar novos formatos. Se houver semelhanças com "Os Normais", que sejam semelhanças boas", diz Machado.
Em "As 50 Leis do Amor", que até o final da semana já terá os seis primeiros episódios gravados, Tadeu é um ator, vivido por Diogo Vilela, que é convidado para apresentar um quadro no "Fantástico" sobre o amor. Para ajudá-lo na tarefa, resolve chamar seus "dois grandes amores": sua atual e sua ex-mulher, ambas atrizes, que se odeiam e são vividas respectivamente por Andréa Beltrão e Débora Bloch.
O quadro é dividido em três partes, e nas três é visível o mesmo tipo de humor contido em "Os Normais". Na primeira, o trio apresenta -em meio a brigas veladas- a "lei do amor" do dia. Age como se estivesse de fato (e está) apresentando um quadro no dominical da Globo.
Na segunda parte, são encenadas (pelo trio de atores que representa um trio de atores) as esquetes sobre situações cotidianas envolvendo amor, relacionamentos e afins. "E a terceira parte é uma espécie de documentário. Filmamos como se fosse um bastidor do quadro, com os três batendo papo no camarim, discutindo seus relacionamentos, suas diferenças, sempre com os atores agindo naturalmente e improvisando", explica Alvarenga.
Por mais que os autores queiram distanciar o quadro do seriado, o telespectador acostumado com o casal vivido por Fernanda Torres e Luís Fernando Guimarães poderá rever as situações típicas da série, envolvendo discussões de detalhes íntimos dos casais, piadas escatológicas etc. A maior diferença, talvez, venha do tom das piadas.
"Acho ótimo as pessoas esperarem um segundo "Normais". E para mim é um avanço isso acontecer dentro do "Fantástico'", afirma o diretor, referindo-se à diferença do perfil da audiência de "Os Normais", exibido nas noites de sexta, e do "Fantástico", com perfil mais familiar.
Em "As 50 Leis", os autores tiveram que tomar cuidado para dar ao texto e às piadas um tom mais leve que o do seriado. "A gente tem um objetivo, que é testar limites. É nosso estilo pessoal, é uma coisa boa que a gente pode oferecer. Claro que estamos procurando tomar alguns cuidados", diz Machado.
Para Fernanda Young, "é preciso tomar mais cuidado ao escrever, mas as pessoas sabem que nosso trabalho exige uma certa maturidade do telespectador".
Diretor artístico do "Fantástico", Guel Arraes esteve nas gravações do quadro na última semana para supervisionar o conteúdo dos textos. "Não adianta fazer e depois não poder colocar no ar porque não é adequado ao horário. Temos total liberdade da emissora, não há censura prévia, mas é preciso ter cuidado e sutileza", diz Alvarenga.


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