O comentário da semana é a festa "Uma Noite de Tempestade e Ímpeto", da Carlton, com produção de Paulo Borges. Ambiciosa até dizer chega, a noite contou com alguns altos cachês e muita pretensão. Para chegar, atravessamos cheirosos galhos de pinheiro espalhados pelo chão (quem estava de salto teve mais trabalho).
Dentro da quadra coberta do Pacaembu, transformada numa caixa preta, um paredão tinha as cabines de som. Na hora em que cheguei, era a vez de Marcão Morcerf, que abria a festa. Sem saber o que iria acontecer, todo mundo ficava olhando em volta, esperando justamente acontecer alguma coisa. Até aí, não havia ainda o que se pode chamar de pista. Era cedo.
De repente, os telões gigantes começam a funcionar e entra em cena Waly Salomão, cuspindo versos nem sempre audíveis ou inteligíveis.
De perto, ele se equilibrava na pontinha do palco (com os DJs atrás), resmungando algo sobre não restar nenhuma utopia. Foi um pouco longo (lembrei-me de Chi Chi Valenti no Jackie 60), mas despertou os sentidos de quem conseguiu ouvir, no que pôde funcionar como analogia justamente dessa geração das pistas de dança. Nos telões, as imagens colavam os trabalhos de Carlos Nader já vistos na Zapping e naquele projeto da Chivas Synergies. Jac Jr. e Mr. Gil, os DJs que vieram a seguir, não conseguiram fazer a pista decolar, mas, com bebida free, a essa altura os ânimos estavam mais relaxados.
Veio, em seguida, a performance de Gerald Thomas, a oficial (confesso que perdi a dos beijos na boca, com Paulo Borges), com figurino com paetês vermelhos de Alexandre Herchcovitch. Visualmente era bonito, mas teria funcionado melhor se a festa estivesse pegando fogo, como nos momentos em que entram os go-go boys de Junior Vasquez, ou aqueles performers malucos de Ibiza.
Ali, nosso único trabalho era levantar a cabeça e chochar. Soou ostensivo, forçado. Uma chuva de pétalas de rosas marcou o momento, e me serviu de sugestão para ir embora. Faltou comentar a boa iluminação de pista de Maneco Quinderé e a instalação de Mauricio Ianês, essa sim, adequada. Mais habituado com a linguagem subliminar do mundo da noite, Ianês evocou Duchamp e Jenny Holzer em "não é uma obra de arte".
Saldo final: ótimo, tentar propor novos modelos de marketing e de festas. Estaremos todos lá, na próxima.

SE faltou absurdo, nonsense e espontaneidade na festa da Carlton, os três elementos estiveram lá (o niilismo, o underground e o demi-monde também) na festa de Kaká di Polly na Rainha Vitória, no largo do Arouche, anteontem. De Andréia di Maio a Rita Cadillac, de Cris Negão a Léo Áquila, de Silvetty Montilla a Natacha Dumont, mais Barbara Araujo (a linda prima de 13 anos do stylist Valério Araujo) e Grace Lesada, todos fomos cumprimentar a baleia Kaká, a Divine brasileira.
Com todos esses VIPs da mondanité comportadamente sentados às mesas, top-performers se apresentavam, homenageando Kaká, em shows-relâmpago comandados por Miss Biá, lá dos tempos da Corintho. Era tudo tão espontâneo, mas tão espontâneo, que um frequentador azedo pelo cordão de isolamento entre convidados e público resolveu enguiçar com o segurança e distribuir aí umas garrafadas, voando caco de vidro para todo lado.
O que também me serviu de sugestão para ir embora. Mas com certeza também estaremos lá na próxima.

E alguém falou em Alexandre Herchcovitch? Pois engula essa: o estilista vai desfilar agora em Paris, dentro da temporada oficial do prêt-à-porter internacional. "Em Londres era bom, mas os editores acabam mandando apenas seus assistentes à cidade", justifica Alê. Para comemorar, ele faz segunda-feira uma festinha no Jazzy, lançando seu primeiro catálogo, produzido por João Rodolfo.

O que mais? Tem clube novo na praça. É o Club, que pretende ser um espaço neutro para receber diferentes noites a cada dia da semana. Um private club lá dentro mesmo promete abalar os conceitos de VIP e super VIP. O lugar é ali na Gomes de Carvalho, ex-Allure, que teve tudo demolido para dar espaço ao novo projeto de Luis Fedato, Juan Bo e Marcelo Zanetti.

QUEM ainda quiser mais um pouco de absurdo, quinta tem o aniversário do Grind, com uma festa que promete durar três dias. E domingo tem a performance especial de Alisson Gothz, após meses de recesso. Ex-sósia de Boy George no Satã, Gothz é um dos mais modernos personagens da cena underground de São Paulo.

MAIS cara que o réveillon foi a festa do DJ Victor Calderone no Rio. Só a entrada foram R$ 65, mais o táxi até a Barra, a cerveja, e aí vai. Pena que um gerador começou a pegar fogo, deu blecaute total e apenas meia hora depois a luz voltou, depois que o homem ficou tocando, bem azedo, no escuro. As barbies foram e tal, mas não foi exatamente uma noite inesquecível. Ou foi, né?

E, já que a vida é uma festa mesmo, mais festa. Amanhã tem MegaAvonts, quatro anos, amanhã. Fazenda Três Marias (pegar Dutra e entrar na saída 186 para Santa Isabel, andar 1,7 km e pronto. Sem estrada de terra!!!!!). Serão 16 DJs e bungee jump na faixa. Amanhã também tem a volta do Philips Expression, no evento Deep at Night, com os DJs Buga, Leozinho e Beto Cury, no Wet'n'Wild (rodovia dos Bandeirantes km 72, próximo a Jundiaí). A locação é tudo, mas não se empolgue tanto: apenas acrobatas e go-go dancers terão acesso às piscinas.

QUEM prefere a vida dentro dos clubes, neste fim-de-semana tem dois after-hours em São Paulo, a cidade after por natureza. O nosso Renato Lopes toca no Lov.e in Paradise (rua Pequetita, 189). Ele entra às 5h. E tem também o after do Pix (em frente à Faap), com André Juliani, Acy e Tatá. Tem barração e a hostess, você sabe, é a sensacional Luma Assis.

PLANEJE sua vida: é quarta, 26 de abril, o J&B Club Arenas, com Juan Atkins, na festa que tem ainda Sander Kleinenberg e Lee Burridge (do Fabric), como principais atrações, mais top DJs brasileiros. O convite, você já viu?, é aquele amarelo, e já está rolando. Eles esperam 6.000 pessoas. E, dia 6 de maio, tem Groove Nation 2, com Chris Liberator.

TAMBÉM saiu o casting final do Skol Beats. Em São Paulo, dia 10 de junho: Frankie Knuckles, Paul Oakenfold, Armand van Helden, Green Velvet (live pa), Bob Sinclair com Salomé da Bahia, Fabio, Optical, DJ Rap, Stacey Pullen, WestBam, Marky, Mau Mau, Total Eclipse (live pa), Hernan Cattaneo, Mike Maguire, Harvey, Felipe Venancio, Anderson Noise, Dimitri DKN, Ram Sciencce (live pa), Pareto, George Actv, Ricardo Guedes, LS2, Calbuque, Mauricio UM, Ricardinho NS, Koloral, Patife, Poeck, Yanay, Rica, Leozinho, Jason Bralli, Pil Marques, Alex S., André Meyer, Marcão Morcerf, Gabo, Angel Love, Andy C e Daniel UM.

E, dia 30, domingão, é o lançamento do livro de polaroids da Regina Casé, finalmente!!! O clima é para ser Body & Soul, que a Regina descobriu e está adorando. Vai ser lá no Urbano, reunindo Zé Pedro, Tatá e Felipe Venancio.

QUER aprender a ser DJ? Ramison Maia faz oficina dias 22 e 24 no Sesc Vila Mariana (info: 0/xx/ 11/5080-3080 ou 5080-3081). Idade mínima: 13 anos.