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Evento combina veteranos e revelações
ESPECIAL PARA A FOLHA
Num cenário de crise econômica, com festivais cancelados pelo país, o Chivas Jazz
consegue a proeza de realizar uma nova edição cuja
programação não deve quase nada às primeiras. Exceto
pela redução de dez para oito shows, o elenco deste ano
mantém o alto nível artístico
anterior, combinando veteranos que não se apresentaram antes por aqui com algumas revelações.
Este é o caso do criativo
pianista e compositor texano Jason Moran, 28, que tem
chamado atenção com álbuns que misturam experimentação e tradição. Outro
talento revelado na última
década é o saxofonista Eric
Alexander, 32, cujas composições e solos seguem o modernismo do "bebop".
Mas as atenções dos apreciadores desse gênero na
certa vão se voltar com mais
intensidade para os veteranos. Como o pianista canadense Paul Bley, 70, um dos
jazzistas mais originais e subestimados de todos os tempos. Quem conhece "Diane", álbum que ele gravou
em 1985 com Chet Baker, sabe como Bley é especial.
Outro experiente jazzista
que não dispensa um sabor
de vanguarda em sua música
é Arthur Blythe, 62, que trará
seu inusitado trio de sax alto,
tuba e bateria. Simpático a
experimentalismos também
é o eclético saxofonista Lee
Konitz, 75, um dos pais históricos do "cool jazz".
Comandada pelo sutil baterista Paul Motian, 72, a
Electric Bebop Band recria
clássicos do "bebop" dos
anos 40 e 50, com ênfase especial nas composições angulosas do genial Thelonious Monk.
Muito merecida é a homenagem ao lendário pianista
paulista Dom Salvador, pioneiro do samba-jazz e do
samba-soul, que vive nos
EUA e não se apresenta por
aqui há 30 anos. Tem tudo
para ser um dos momentos
mais emocionantes do Chivas Jazz.
(CC)
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