São Paulo, quarta-feira, 14 de abril de 2004

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MÚSICA

Mudança de estratégia comercial das grandes gravadoras aumenta o valor do preço das canções nos Estados Unidos

CDs on-line custam mais caro do que em lojas

DA REDAÇÃO

Baixar músicas pela internet está ficando mais caro do que comprar um disco nas lojas.
Segundo reportagem do jornal norte-americano "The Wall Street Journal", as grandes gravadoras querem aumentar o valor cobrado por canções de US$ 0,99 para algo entre US$ 1,25 e US$ 2,49.
A estratégia já está em prática. O recém-lançado disco do grupo N*E*R*D, "Fly or Die", que contém 12 canções, estava sendo vendido por US$ 16,99 no iTunes (www.apple.com/itunes), o maior serviço de venda de músicas on-line (o valor corresponde a US$ 1,41 por canção).
Já no Napster (www.napster.com), o álbum sai por US$ 13,99 (US$ 1,16 por canção).
Para ter uma idéia, o disco "físico" está sendo vendido em lojas como a Amazon (www.amazon.com) por US$ 13,49.
Além do disco do N*E*R*D, outros artistas, como Bob Dylan e Shakira, segundo o "Wall Street Journal", tiveram o preço de seus discos aumentados.
Outras medidas estão sendo estudadas pelas gravadoras. Uma delas seria a de criar uma espécie de pacote: na compra de uma música "de sucesso", um hit, o usuário levaria junto duas ou três canções "menos requisitadas".
Ou ainda: para músicas cujo álbum ainda não teve lançamento oficial nas lojas, o preço cobrado seria maior.
A questão preocupa. Serviços de troca de arquivos de MP3, como o extinto Audiogalaxy e o Soulseek (www.slsknet.org), por exemplo, tornaram-se populares -e uma grande dor de cabeça para as gravadoras- porque os consumidores consideravam caros os preços cobrados pelos discos.
O iTunes tornou-se o primeiro serviço de vendas on-line que realmente funciona porque, entre outras coisas, cobra um preço que os consumidores consideram "justo" -US$ 0,99 por canção. Com o aumento do preço, como evitar que esses consumidores migrem para serviços gratuitos de troca de arquivos? E por que os consumidores comprariam um disco pela internet se nas lojas ele pode ser encontrado por um preço menor?

Crescimento
A mudança de estratégia aparece num momento em que a venda de músicas pela internet vem aumentando consideravelmente. Nos três primeiros meses deste ano, cerca de 25 milhões de canções foram comercializadas on-line nos EUA, segundo o Nielsen SoundScan. Nos seis últimos meses de 2003, o número não ultrapassou 19,2 milhões.
Segundo a reportagem do jornal americano, os álbuns que tiveram preço aumentado no formato on-line são, principalmente, de artistas de duas gravadoras: Sony e EMI. É o caso do grupo britânico Blur, da cantora Kylie Minogue e do cantor Pete Yorn.

Outro lado
Um porta-voz da EMI disse ao "Wall Street Journal" que são os serviços que estipulam o valor dos discos on-line. Mas representantes desse serviço dizem que o preço é calculado de acordo com as taxas cobradas pelas gravadoras.
No Brasil, a venda pela internet engatinha. Pode-se comprar por meio do IMusica (www.imusica.com.br). Funcionando desde julho de 2000, a empresa tem no catálogo 40 mil canções (o iTunes tem mais de 500 mil), a preços que variam de R$ 0,99 a R$ 2,99.


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