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LITERATURA
Os escritores Carlos Heitor Cony e Edla van Steen estão entre os vencedores, que foram anunciados ontem
Manuel de Barros recebe Prêmio Nestlé
RONI LIMA
da Sucursal do Rio
O jornalista e escritor Carlos
Heitor Cony -colunista da Folha-, o poeta Manoel de Barros e
a contista Edla van Steen foram os
vencedores do Prêmio Nestlé de
Literatura Brasileira -1997, nas
categorias romance, poesia e conto de autor consagrado.
Cada um receberá R$ 50 mil. Nas
categorias romance, poesia e conto de autor estreante, venceram,
respectivamente, Luiz Alfredo
Garcia-Roza, Antonio Cícero e
Antonio Fernando Borges. Cada
um receberá R$ 30 mil.
Os seis foram escolhidos entre 18
finalistas -escolhidos por um
corpo de jurados. A lista foi encaminhada para 60 instituições espalhadas pelo país, entre livrarias, bibliotecas e universidades.
Várias instituições optaram, para subsidiar os votos de livreiros,
bibliotecários e professores, por
realizar votações junto a seus frequentadores.
O coordenador do prêmio, Marcus Gasparian, 37, disse que é a
primeira vez no Brasil que foi realizada uma votação tão ampla para
uma premiação literária.
"Criou-se um equilíbrio que
tornou o resultado livre de vícios
de origem", afirmou.
Sem esse esquema de votação,
ele acredita que sairia uma premiação "mais acadêmica, hermética". Na fórmula adotada, teria
pesado, além do voto de intelectuais, "o lado mais comercial" e
do público leitor.
Gasparian disse concordar com
parte das críticas ao prêmio levantadas pelo professor de Literatura
Brasileira da USP, Augusto Massi,
no caderno Mais! de 27 de março.
Assim como Massi, ele afirmou
que as denominações autores consagrado e estreante não seriam
adequadas. Pensou-se, de início,
em autor estreante e não estreante.
"Mas não ficaria simpático uma
premiação com título negativo."
Gasparian disse que outra preocupação dos jurados, na primeira
fase, foi a de evitar um risco levantado por Massi: de que fossem premiadas obras de valor médio, que
"irritam menos" os jurados, para
poder se chegar a um consenso.
Para evitar o problema, segundo
ele, foi dada a liberdade para que
os três jurados, por categoria, optassem por um consenso ou, em
última instância, indicassem cada
um o livro preferido para a final.
Gasparian disse que o prêmio sofrerá algumas modificações para o
ano que vem. Ele defende a inclusão de outras categorias, como autores de livros infanto-juvenil e de
crônicas. Os vencedores do Nestlé
97 receberão seus prêmios no dia 5
de junho, na Biblioteca Nacional,
no Rio.
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