São Paulo, sexta-feira, 14 de maio de 2004

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MÚSICA

Prolífico, líder do Foo Fighters toca no Rock in Rio-Lisboa e grava novo CD

Dave Grohl segue com disco e show

THIAGO NEY
DA REDAÇÃO

Dave Grohl não pára. Ele tinha uma banda que foi das mais bem-sucedidas da história recente do rock, tem uma das bandas mais bem-sucedidas da história recente do rock e participa de projetos e de outros grupos de amigos famosos. E ainda arranja tempo para tocar num dos principais festivais do ano, o Rock in Rio-Lisboa.
Após a desistência do Guns N" Roses, o Foo Fighters foi chamado para se apresentar no evento português. Será o único grande show do grupo no ano.
"Vamos apenas para Lisboa. Terminamos nossa turnê mundial em setembro do ano passado. Agora estamos trabalhando no próximo álbum", disse Grohl à Folha, por telefone, dos EUA.
"Estávamos no estúdio e recebemos uma ligação dizendo que o Guns N" Roses não tocaria mais no festival, e eles perguntavam se toparíamos. Pensei: por que não? Será um grande show, com muita gente, e poderemos tirar umas férias legais em Portugal..."
Com quatro discos nas costas e hits punks pegajosos como "Everlong", "This Is a Call", "Breakout" e "My Hero", o Foo Fighters é banda perfeita para festivais de grande público.
O grupo tocou na versão Rio do Rock in Rio, em 2001. Em Portugal, que abrigará o evento entre 28 de maio e 6 de junho, Dave Grohl e turma estarão acompanhados de gente como Paul McCartney, Britney Spears, Gilberto Gil, Ivete Sangalo, Metallica e Sting.
"Quando você toca em festivais, sempre há um público diverso. Tocamos antes em eventos com bandas que não soavam nada como nós, como David Bowie ou, quem mais?, artistas pop. Isso não importa muito", diz ele, sobre o público que irá assisti-lo.
"Não importa se é apenas para nossos fãs num clube ou num festival para 200 mil pessoas. Eu quero é tocar. Se um fã da Britney Spears aparecer para assistir ao nosso show, não me importo. Se ele não gostar, que vá para casa. Eu nunca julgo o público."

No Brasil
Sobre o show no Brasil, que recebeu vários elogios há três anos, Grohl diz ter ficado surpreso com o sucesso das apresentações do Foo Fighters. "Eu adorei, foi lindo. E era meu aniversário. Foi nosso primeiro show no Brasil. A única vez que estive aí antes disso foi com o Nirvana [no Hollywood Rock de 1993], então não sabia o quanto as pessoas conheciam de Foo Fighters. Mas o público cantou quase todas as músicas, e muito alto. Foi muito bom."
Além de cantar e tocar guitarra no Foo Fighters e de "martelar" a bateria no Nirvana, Dave Grohl foi integrante do grupo de hardcore Scream, quando morava em Washington, no final dos anos 80.
Hoje, não recusa convites para participar de projetos e de sessões de bandas amigas: Grohl tocou com o Queens of the Stone Age, no disco "Songs for the Deaf" (2002), e com o histórico grupo pós-punk Killing Joke, no álbum homônimo da banda (2003).
"Geralmente são pessoas que eu conheço bem. Sou amigo do Josh [Homme, vocalista do Queens] há 12 anos. E quando um amigo liga e fala: "Ei, você quer tocar bateria conosco?", eu aceito, claro. Já o Killing Joke é uma das bandas que eu mais adoro, desde quando era criança. Eles me ligaram e perguntaram se eu queria tocar com eles. Aquilo foi uma honra."
Grohl diz que está gravando, com calma, o quinto disco do Foo Fighters, que deve sair no começo do ano que vem.
"Não sabemos ainda como vai ser. A gente tem uma idéia antes de entrar em estúdio, escrevemos as canções, mas depois o resultado sempre é de maneira diferente. Nosso último disco foi gravado em apenas duas semanas. Dessa vez queremos passar bastante tempo no estúdio."


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