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Editora Record passa a ter 3 donos
da Reportagem Local
O presidente da editora Record, Sérgio Machado, disse ontem à Folha que deve comprar a
parte da empresa que pertence a
seu irmão mais novo, Alfredo
Machado Júnior, pivô das desavenças entre os herdeiros de um
dos maiores grupos editoriais da
América Latina.
As negociações serão definidas
nos próximos dias, mas a hipótese de venda da editora não está
descartada. "Quem está no
mercado não pode dizer que não
vende, mas está 99% certo que
eu e a Sônia (também irmã e diretora financeira) compraremos
a parte dele", disse Machado.
Cada um dos três irmãos detêm hoje 20% das ações da Record. Os outros 40% estão em
mãos da matriarca, Glória Machado.
Sérgio diz que a solução encontrada busca "preservar a
relação familiar". Ele disse que
há um "problema filosófico"
entre os irmãos, causado pela insatisfação de Alfredo Machado
Júnior com os rumos da editora,
desde que sofreu um infarto.
"Eu não sei realmente o que
ele deseja. Mas eu quero proteger os interesses da terceira geração", afirmou Machado. A terceira geração da família é composta por sete pessoas entre 6 e
25 anos de idade.
Quem vem conduzindo o processo é a mãe, Glória. No início
do ano, o patrimônio da Record
foi avaliado pelos consultores da
Ernst Young, e há três meses o
Banco Icatu foi convocado para
confirmar a avaliação.
O editor evita falar em números desde que a irmã Sônia foi
sequestrada, em outubro do ano
passado. "Os sequestradores
diziam a ela que eu tinha falado
nos jornais sobre uma arrecadação de R$ 3 milhões na Bienal do
Rio e perguntavam pelo dinheiro", disse Machado.
A Record edita hoje alguns dos
maiores best sellers brasileiros e
estrangeiros, como Jorge Amado, Gabriel García Márquez,
Hermann Hesse e Mario Puzo.
Entre eles, 13 prêmios Nobel.
São mais de 3.000 títulos, com
tiragem anual total de 6 milhões
de livros, segundos dados da editora. Em dezembro de 96, a Record também assumiu o controle acionário da BCD Editores,
que inclui a Civilização Brasileira, Bertrand Brasil e Difel.
Sobre os rumores de que a empresa alemã Bertelsmann, gigante do mercado editorial, estaria
interessada em adquirir a Record, Machado disse que não foi
procurado pela editora.
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