São Paulo, Sexta-feira, 14 de Maio de 1999
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Mecenas se envolveu com o Brasil

do enviado a Madri

"Retrato de Conde-Duque de Olivares", tela que o Masp guarda em seu acervo, tem grande importância na carreira de Velázquez.
Foi justamente dom Gaspar de Guzmán (1587-1645), o conde de Olivares e duque de San Lúcar la Maior, estadista também conhecido como conde-duque de Olivares, o responsável pelo estabelecimento de Velázquez na corte madrilenha, a partir de 1623, algo que o pintor já havia tentado no ano anterior, sem sucesso.
Olivares mantinha grande poder sobre o Brasil na época, em virtude da anexação, por via dinástica, de Portugal pela Espanha. O retrato do Masp, por exemplo, foi realizado em 1624, ano em que Olivares ordenou o envio de tropas para o Brasil, para expulsar os holandeses da Bahia.
Nascido em Roma, filho de um embaixador espanhol na cidade e dono de uma das maiores fortunas da Espanha, Guzmán assumiu o cargo de primeiro-ministro de Felipe 4º, em 1623. Sua performance política, porém, foi mais trágica do que heróica.
Nos 20 anos em que se manteve no poder, a Espanha viu se esvaírem os recursos oriundos da colônia (América), Portugal se separou do país (1640), e as regiões da Catalunha e da Andaluzia empreenderam movimentos separatistas. No final de sua carreira, chegou a ser perseguido pela Inquisição.
A tela entrou para o acervo do Masp em 1948, adquirido na Sotheby's de Londres graças a um consórcio de doadores. (CF)


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