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Mecenas se envolveu com o Brasil
do enviado a Madri
"Retrato de Conde-Duque de
Olivares", tela que o Masp guarda
em seu acervo, tem grande importância na carreira de Velázquez.
Foi justamente dom Gaspar de
Guzmán (1587-1645), o conde de
Olivares e duque de San Lúcar la
Maior, estadista também conhecido como conde-duque de Olivares,
o responsável pelo estabelecimento de Velázquez na corte madrilenha, a partir de 1623, algo que o
pintor já havia tentado no ano anterior, sem sucesso.
Olivares mantinha grande poder
sobre o Brasil na época, em virtude
da anexação, por via dinástica, de
Portugal pela Espanha. O retrato
do Masp, por exemplo, foi realizado em 1624, ano em que Olivares
ordenou o envio de tropas para o
Brasil, para expulsar os holandeses
da Bahia.
Nascido em Roma, filho de um
embaixador espanhol na cidade e
dono de uma das maiores fortunas
da Espanha, Guzmán assumiu o
cargo de primeiro-ministro de Felipe 4º, em 1623. Sua performance
política, porém, foi mais trágica do
que heróica.
Nos 20 anos em que se manteve
no poder, a Espanha viu se esvaírem os recursos oriundos da colônia (América), Portugal se separou
do país (1640), e as regiões da Catalunha e da Andaluzia empreenderam movimentos separatistas. No
final de sua carreira, chegou a ser
perseguido pela Inquisição.
A tela entrou para o acervo do
Masp em 1948, adquirido na Sotheby's de Londres graças a um
consórcio de doadores.
(CF)
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