DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

O secretário de Indústria, Comércio e Mineração da Bahia, Benito Gama, disse anteontem, antes da reunião com representantes da Record, que o governo baiano continuará a política de incentivos, que trouxe a Ford para a Bahia, no projeto de instalação do núcleo de teledramaturgia da emissora em Salvador.
"É uma iniciativa interessante do ponto de vista do desenvolvimento do emprego e da cultura na Bahia. Buscaremos dar incentivos, sobretudo de infra-estrutura, mas só poderei falar nisso com certeza depois da reunião com os representantes da Record", afirmou Benito Gama.
O secretário não quis revelar detalhes do projeto antes do encontro que teria ontem com a cúpula da Record, às 11h, em Salvador.
O objetivo da reunião era fechar as últimas negociações.
Benito Gama disse apenas que os incentivos poderão vir em forma de isenção de parcela do ISS (Imposto sobre Serviços).
"A Record já está livre do ICMS pelo ramo em que está inserida. Portanto, qualquer tipo de incentivo fiscal recairia sobre o ISS", afirmou.
A emissora já trabalha na novela "Marcas da Paixão" com cenas gravadas em Juazeiro (a 500 km de Salvador), utilizando atores baianos.
Para o diretor de teledramaturgia da Record, Atílio Riccó, levar o núcleo para a Bahia significa tirar a produção de novelas exclusivamente do eixo Rio-São Paulo.
"No setor de dramaturgia, todos fazem as externas em São Paulo e no Rio e se esquecem de que o Brasil é muito grande", afirma Riccó.
"Cada vez que você faz alguma coisa fora de São Paulo, a audiência aumenta pela curiosidade dentro de São Paulo e as pessoas de todos os lugares passam a notar que existe uma terceira rede, não só a Globo e o SBT", completa o diretor.
Para ele, a mesmice de locações impera no setor em que trabalha há mais de 40 anos. "Isso cansa. O misticismo e a beleza da Bahia vão ganhar o telespectador", diz Riccó.

Universal investe na BA
Este não é o primeiro grande investimento da Igreja Universal do Reino de Deus, principal acionária da Rede Record, na Bahia. Desde o ano passado, a igreja está construindo em Salvador um dos seus maiores templos no Brasil.
Com seis pavimentos e uma área equivalente a dois campos de futebol do tamanho do da Fonte Nova, o maior estádio da capital baiana, o templo será uma espécie de "shopping da fé".
Em outra frente, a Universal desenvolve projeto de "kibutz" -fazenda coletiva de sucesso em Israel- em Irecê, semi-árido do Estado, a 473 km de Salvador. Estima-se que R$ 4,5 milhões já tenham sido investidos na iniciativa que envolve cerca de 600 famílias de pequenos agricultores.
(MARCOS VITA)

Texto Anterior: Trecho
Próximo Texto: Religião: Salvador reabre primeiro museu do candomblé
Índice