São Paulo, quinta-feira, 14 de junho de 2007

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Conselheiros da Bienal aprovam as contas de 2006

Com o resultado, Manoel Pires da Costa poderá tomar posse para o seu terceiro mandato à frente da fundação

Em reunião, Pires da Costa critica a imprensa e diz que tentaram atingir a sua honra no processo de análise das contas da Bienal


MARIO CESAR CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O conselho consultivo da Fundação Bienal aprovou anteontem à noite as contas do ano passado por 23 votos a favor. Vinte conselheiros (47% dos presentes) votaram contra.
Com o resultado, o empresário Manoel Pires da Costa poderá tomar posse para o seu terceiro mandato à frente da fundação.
Nove votos (oito deles pró-Pires da Costa) foram dados por meio de procuração, o que pode gerar uma disputa judicial sobre a legalidade da reunião.
Pires da Costa havia sido eleito em 19 de abril (39 votos a favor, sete contra e uma abstenção), mas no mesmo dia o conselho fiscal reprovou as contas de 2006. Por isso, sua posse ficou condicionada a uma segunda análise da contabilidade.
O Ministério Público considerou que o negócio entre uma empresa de Pires da Costa, a TPT Comunicações, e a Bienal não trouxe prejuízos à fundação. Ele baseou a sua defesa nessa conclusão do Ministério Público (leia texto abaixo).

Estatuto
As contas foram reprovadas porque o conselho fiscal considerou que Pires da Costa violou o estatuto da fundação ao contratar uma empresa dele mesmo, a TPT, para editar a revista "Bien'art", pela qual a instituição pagava R$ 125 mil por mês. O estatuto da fundação proíbe presidentes e conselheiros de manter negócios com a Bienal.
Anteontem, numa reunião de três horas e meia, as contas foram aprovadas. Houve ao menos uma controvérsia e um momento dramático.
A controvérsia era se devia ser lida uma carta em que o secretário-adjunto da Secretária de Cultura do Estado, Ronaldo Bianchi, pedia a renúncia de Pires da Costa "para o bem da Bienal" e do empresário.
O editor Pedro Paulo de Sena Madureira, que integra o conselho da Fundação Bienal, disse que a carta não podia ser lida porque Bianchi não fazia parte da diretoria da fundação.
Citando o estatuto, Sena Madureira afirmou que Bianchi só poderia fazer parte da diretoria se a secretaria contribuísse com recursos para a Bienal, o que não ocorre.

Momento dramático
Um abaixo-assinado em defesa de Pires da Costa, articulado pelo ex-ministro Rubens Ricupero, também não foi lido.
O momento dramático da reunião foi quando o empresário Pires da Costa afirmou que tentaram atingir a sua honra no processo de análise das contas da fundação. Ele disse também que se sentira violentado pela imprensa.


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