São Paulo, sábado, 14 de junho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice TRECHO Não se via um palmo à frente dos olhos. A neblina estava tão densa que se podia afastá-la com a mão. E o frio? Que frio que nada! Para isso tínhamos a pinga, para aquecer nossos motores por dentro. De dia ou de noite, enxergando-se ou não, não existe melhor lugar no planeta Terra para beber uma pinga do que o Alto de Minas, subindo de Medellín em direção a Santa Bárbara para descer depois rumo a La Pintada. E quem o afirma sou eu, que já andei muito por aí. Ali acontece a mais absoluta integração entre o lugar e o álcool e o álcool e a alma. Não é por acaso que esse bendito vem reinando na Colômbia há duzentos anos, inquestionável, inesgotável, sem que ninguém acabe com ele nem nada que o desbanque. Extraído de "O Despenhadeiro", de Fernando Vallejo Texto Anterior: Crítica/"O Despenhadeiro": Iconoclastia de Fernando Vallejo vale como sacramento católico Próximo Texto: Vitrine Índice

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